Taxas futuras sobem com desconfiança sobre energia
As taxas futuras de juros deram continuidade ao movimento de ontem
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2014 às 16h58.
São Paulo - As taxas futuras de juros voltaram a subir nesta sexta-feira, 14, dando continuidade ao movimento de ontem.
Mas se na véspera o avanço foi resultado da expectativa pelo pacote para o setor elétrico e o impacto que poderia ter sobre a inflação, hoje o comportamento está atrelado às incertezas em relação às medidas, uma vez que o governo tomou ações que jogam o problema para 2015 em diante.
Não por acaso, os juros longos sobem com mais intensidade. Além disso, ainda que em menor grau, o IBC-Br de janeiro acima do consenso ajudou no avanço das taxas futuras. O acúmulo de prêmios, no entanto, foi limitado pela desvalorização do dólar ante o real, em meio a um aparente fluxo de entrada de recursos no País.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI com vencimento em julho de 2014 (91.275 contratos) tinha taxa máxima de 10,82%, de 10,81% no ajuste anterior.
O DI para janeiro de 2015 (140.030 contratos) projetava 11,16%, de 11,15% na véspera. No trecho mais longo, o contrato com vencimento em abril de 2017 (319.765 contratos) indicava 12,55%, de 12,50% ontem. O DI para janeiro de 2021 (34.060 contratos) estava em 12,98%, de 12,92% no ajuste anterior.
Ontem, com o mercado de juros já nos últimos minutos da sessão estendida, o governo anunciou que as distribuidoras terão um socorro de R$ 12 bilhões para arcar com o aumento do custo da energia trazido pela estiagem que atinge o Brasil, demandando o acionamento das térmicas, cuja energia produzida é mais cara.
O governo realizará ainda um leilão de energia e o custo chegará ao consumidor em 2015. Serão R$ 4 bilhões do Tesouro para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que serão compensados por aumento de tributos.
Outros R$ 8 bilhões virão de um financiamento de R$ 8 bilhões que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) buscará junto aos bancos. Esse último valor será embutido nas contas de luz a partir de 2015.
A desconfiança do mercado reside no fato de o governo não ter informado quais tributos serão elevados para compensar os R$ 4 bilhões adicionais do Tesouro, além dos R$ 9 bilhões que já estavam previstos no orçamento.
Além disso, não se sabe qual o impacto que tais ações podem ter na inflação a partir de 2015, nem por quanto tempo. Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o pacote ao setor foi "bem recebido". Foi a única declaração dele, pela manhã, ao deixar a sede do Ministério, em Brasília, para vir para São Paulo.
Logo cedo, o Banco Central anunciou o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de janeiro, com alta de 1,26% ante dezembro do ano passado, na série com ajuste sazonal.
O resultado ficou acima da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções (1,00%). Na comparação entres os meses de janeiro de 2014 e 2013, o avanço de 0,93%, sem ajuste, também superou a mediana das previsões (0,55%). Para alguns analistas, o dado corrobora mais uma alta de 0,25 ponto porcentual da Selic em abril.
E hoje o dólar não foi fator de pressão adicional aos juros. A moeda dos EUA operou em baixa durante boa parte da sessão, influenciado pelo exterior e também por um fluxo de entrada de recursos no país.
Vale lembrar que, recentemente, a Petrobras e o Daycoval fizeram captações no exterior, enquanto o Marfrig reabriu a emissão de um bônus.
São Paulo - As taxas futuras de juros voltaram a subir nesta sexta-feira, 14, dando continuidade ao movimento de ontem.
Mas se na véspera o avanço foi resultado da expectativa pelo pacote para o setor elétrico e o impacto que poderia ter sobre a inflação, hoje o comportamento está atrelado às incertezas em relação às medidas, uma vez que o governo tomou ações que jogam o problema para 2015 em diante.
Não por acaso, os juros longos sobem com mais intensidade. Além disso, ainda que em menor grau, o IBC-Br de janeiro acima do consenso ajudou no avanço das taxas futuras. O acúmulo de prêmios, no entanto, foi limitado pela desvalorização do dólar ante o real, em meio a um aparente fluxo de entrada de recursos no País.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI com vencimento em julho de 2014 (91.275 contratos) tinha taxa máxima de 10,82%, de 10,81% no ajuste anterior.
O DI para janeiro de 2015 (140.030 contratos) projetava 11,16%, de 11,15% na véspera. No trecho mais longo, o contrato com vencimento em abril de 2017 (319.765 contratos) indicava 12,55%, de 12,50% ontem. O DI para janeiro de 2021 (34.060 contratos) estava em 12,98%, de 12,92% no ajuste anterior.
Ontem, com o mercado de juros já nos últimos minutos da sessão estendida, o governo anunciou que as distribuidoras terão um socorro de R$ 12 bilhões para arcar com o aumento do custo da energia trazido pela estiagem que atinge o Brasil, demandando o acionamento das térmicas, cuja energia produzida é mais cara.
O governo realizará ainda um leilão de energia e o custo chegará ao consumidor em 2015. Serão R$ 4 bilhões do Tesouro para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que serão compensados por aumento de tributos.
Outros R$ 8 bilhões virão de um financiamento de R$ 8 bilhões que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) buscará junto aos bancos. Esse último valor será embutido nas contas de luz a partir de 2015.
A desconfiança do mercado reside no fato de o governo não ter informado quais tributos serão elevados para compensar os R$ 4 bilhões adicionais do Tesouro, além dos R$ 9 bilhões que já estavam previstos no orçamento.
Além disso, não se sabe qual o impacto que tais ações podem ter na inflação a partir de 2015, nem por quanto tempo. Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o pacote ao setor foi "bem recebido". Foi a única declaração dele, pela manhã, ao deixar a sede do Ministério, em Brasília, para vir para São Paulo.
Logo cedo, o Banco Central anunciou o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de janeiro, com alta de 1,26% ante dezembro do ano passado, na série com ajuste sazonal.
O resultado ficou acima da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções (1,00%). Na comparação entres os meses de janeiro de 2014 e 2013, o avanço de 0,93%, sem ajuste, também superou a mediana das previsões (0,55%). Para alguns analistas, o dado corrobora mais uma alta de 0,25 ponto porcentual da Selic em abril.
E hoje o dólar não foi fator de pressão adicional aos juros. A moeda dos EUA operou em baixa durante boa parte da sessão, influenciado pelo exterior e também por um fluxo de entrada de recursos no país.
Vale lembrar que, recentemente, a Petrobras e o Daycoval fizeram captações no exterior, enquanto o Marfrig reabriu a emissão de um bônus.