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Soros nega estar por trás de protestos em Wall Street

As especulações ganharam voz nesta semana quando o radialista conservador Rush Limbaugh disse que "o dinheiro de George Soros está por trás" do movimento anticapitalista

Críticos conservadores argumentam que o movimento é um Cavalo de Troia para uma intenção secreta de Soros (Spencer Platt/Getty Images)

Críticos conservadores argumentam que o movimento é um Cavalo de Troia para uma intenção secreta de Soros (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2011 às 22h04.

Nova York - O investidor George Soros negou nesta quinta-feira as especulações de que estaria dando dinheiro à atual onda de protestos contra Wall Street.

Tais especulações ganharam voz nesta semana quando o radialista conservador Rush Limbaugh disse a seus ouvintes que "o dinheiro de George Soros está por trás" do movimento anticapitalista.

Mas Michael Vachon, assessor de imprensa de Soros, disse que o bilionário húngaro-americano não "financiou os protestos direta ou indiretamente." "Declarações em contrário são uma tentativa dos que se opõem aos manifestantes para lançar dúvidas a respeito da autenticidade do movimento." Soros doou pelo menos 3,5 milhões de dólares nos últimos anos a uma organização chamada Tides Center, destinando as verbas a fins específicos. A Tides por sua vez cedeu verbas ao grupo anticapitalista canadense Adbusters, cujas inventivas campanhas publicitárias motivaram as primeiras manifestações perto de Wall Street neste mês.

A Tides não quis comentar.

A Adbusters, com sede em Vancouver, publica uma revista com 120 mil exemplares, conhecida por parodiar anúncios populares. Ela diz que deseja "alterar a forma como as corporações exercem o poder", e que seu objetivo é "derrubar as estruturas de poder existentes." Documentos fiscais dos EUA e da própria Tides revelam que o grupo deu 185 mil dólares à Adbusters entre 2001 e 2010, mas Vachon disse que as doações de Soros não eram parte desse montante.


Kalle Lasn, cofundador do Adbusters, disse que 95 por cento das receitas da entidade vêm de assinantes da revista.

"As ideias de George Soros são bastante boas, muitas delas. Eu gostaria que ele desse algum dinheiro ao Adbusters, precisamos muito", afirmou. "Ele nunca nos deu um centavo." O Adbusters pode ter desencadeado o movimento Ocupe Wall Street, mas de maneira nenhuma controla esses protestos, que já entraram na sua quarta semana e estão se espalhando por outras cidades dos EUA.

Falando a jornalistas na semana passada na Organização das Nações Unidas (ONU), Soros manifestou solidariedade com os manifestantes que se queixam do desemprego elevado, mas não entrou em detalhes.

Sétimo homem mais rico do mundo segundo a lista Forbes 400, com uma fortuna de 22 bilhões de dólares, Soros, de 81 anos, já prometeu que irá doar todos os seus bens -- metade em vida, o resto postumamente. Sua hábil reação à crise financeira dos últimos anos o deixou ainda mais rico.

A exemplo dos manifestantes de Manhattan, Soros não tem simpatia pela ajuda financeira estatal dada aos bancos depois da crise de 2008, nem pela compra governamental de títulos "contaminados" pelas hipotecas subprime.

Soros apoiou a eleição de Obama em 2008, e costuma patrocinar causas liberais, por intermédio do seu Instituto da Sociedade Aberta ou de entidades como o Conselho de Relações Exteriores e a Human Rights Watch.

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