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"Sim" em referendo turco é vitória para governo e mercados

Por Simon Cameron-Moore e Daren Butler ISTAMBUL, 13 de setembro (Reuters) - O governo turco prometeu na segunda-feira levar adiante seus projetos de reforma, depois da vitória do "sim" num referendo sobre alterações constitucionais, um resultado que impulsionou os mercados e as chances de o partido AK obter um terceiro mandato no governo. A aprovação […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2010 às 19h08.

Por Simon Cameron-Moore e Daren Butler

ISTAMBUL, 13 de setembro (Reuters) - O governo turco
prometeu na segunda-feira levar adiante seus projetos de
reforma, depois da vitória do "sim" num referendo sobre
alterações constitucionais, um resultado que impulsionou os
mercados e as chances de o partido AK obter um terceiro mandato
no governo.

A aprovação da reforma levou vários grupos de direitos
humanos a solicitarem processos judiciais contra os líderes do
golpe militar de 1980, que agora perderam a imunidade de que
gozavam.

A vitória do governo no plebiscito de domingo gera temores
entre grupos laicos, que veem com desconfiança o fato de o AK
ter raízes no Islã político.

Por outro lado, o resultado animou os mercados e levou a
bolsa local a bater recordes, refletindo a expectativa de
reformas.

O "sim" teve 58 por cento dos votos, segundo os resultados
extraoficiais. O comparecimento, num eleitorado de quase 50
milhões, foi de 77 por cento.

"Sim, mas não suficiente" foi a manchete do jornal liberal
Radikal, dizendo que o resultado mostra entusiasmo pela mudança
e desejo de uma Constituição totalmente nova.

A votação ocorreu no 30o aniversário do golpe de 1980, e
Erdogan conseguiu usou o fantasma da repressão política do
regime militar para convencer a população da necessidade de
alterar a atual Carta, escrita durante aquela época.

"A Turquia limpa a vergonha do golpe", disse a manchete do
jornal governista Sabah.

Grupos de direitos humanos se apressaram em solicitar ao
Ministério Público, em Ancara, que processe os líderes do
golpe, inclusive o ex-presidente Kenan Evren, por crimes contra
a humanidade.

Após o golpe, cerca de 50 pessoas foram executadas,
centenas de milhares foram presas, muitas foram torturadas,
centenas morreram na prisão e várias desapareceram.

Evren, de 93 anos, defendeu o golpe, dizendo que ele
encerrou vários anos de violência entre facções de esquerda e
direita, nas quais cerca de 5.000 pessoas haviam morrido.

No mercado financeiro, os títulos turcos se valorizaram,
refletindo a avaliação de que a vitória do "sim" representa um
voto pela estabilidade e por um terceiro mandato do AK nas
eleições que devem ocorrer até julho de 2011.

As ações subiram mais de 2 por cento, chegando a níveis
recordes. A lira turca alcançou sua maior cotação frente ao
dólar em um mês, e o principal papel do governo caiu até 11
pontos-base.

(Reportagem adicional de Orhan Coskun e Alexandra Hudson)

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Por Simon Cameron-Moore e Daren Butler

ISTAMBUL, 13 de setembro (Reuters) - O governo turco
prometeu na segunda-feira levar adiante seus projetos de
reforma, depois da vitória do "sim" num referendo sobre
alterações constitucionais, um resultado que impulsionou os
mercados e as chances de o partido AK obter um terceiro mandato
no governo.

A aprovação da reforma levou vários grupos de direitos
humanos a solicitarem processos judiciais contra os líderes do
golpe militar de 1980, que agora perderam a imunidade de que
gozavam.

A vitória do governo no plebiscito de domingo gera temores
entre grupos laicos, que veem com desconfiança o fato de o AK
ter raízes no Islã político.

Por outro lado, o resultado animou os mercados e levou a
bolsa local a bater recordes, refletindo a expectativa de
reformas.

O "sim" teve 58 por cento dos votos, segundo os resultados
extraoficiais. O comparecimento, num eleitorado de quase 50
milhões, foi de 77 por cento.

"Sim, mas não suficiente" foi a manchete do jornal liberal
Radikal, dizendo que o resultado mostra entusiasmo pela mudança
e desejo de uma Constituição totalmente nova.

A votação ocorreu no 30o aniversário do golpe de 1980, e
Erdogan conseguiu usou o fantasma da repressão política do
regime militar para convencer a população da necessidade de
alterar a atual Carta, escrita durante aquela época.

"A Turquia limpa a vergonha do golpe", disse a manchete do
jornal governista Sabah.

Grupos de direitos humanos se apressaram em solicitar ao
Ministério Público, em Ancara, que processe os líderes do
golpe, inclusive o ex-presidente Kenan Evren, por crimes contra
a humanidade.

Após o golpe, cerca de 50 pessoas foram executadas,
centenas de milhares foram presas, muitas foram torturadas,
centenas morreram na prisão e várias desapareceram.

Evren, de 93 anos, defendeu o golpe, dizendo que ele
encerrou vários anos de violência entre facções de esquerda e
direita, nas quais cerca de 5.000 pessoas haviam morrido.

No mercado financeiro, os títulos turcos se valorizaram,
refletindo a avaliação de que a vitória do "sim" representa um
voto pela estabilidade e por um terceiro mandato do AK nas
eleições que devem ocorrer até julho de 2011.

As ações subiram mais de 2 por cento, chegando a níveis
recordes. A lira turca alcançou sua maior cotação frente ao
dólar em um mês, e o principal papel do governo caiu até 11
pontos-base.

(Reportagem adicional de Orhan Coskun e Alexandra Hudson)

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