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"Segunda negra" da bolsa chinesa termina com queda de 5,32%

Apesar da relativa estabilização de sexta-feira, o índice geral de Xangai soma perdas de 15,3% em apenas seis dias de cotação em 2016

China: em consequência das medidas tomadas por Pequim nos últimos dias, a "segunda-feira negra" não foi um baque tão forte como se temia (REUTERS/Aly Song)
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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 10h29.

Xangai - As bolsas chinesas afundaram nesta segunda-feira, em meio ao temor de outra "segunda-feira negra", que acabou sendo "cinza escuro", com perdas superiores aos 5%, menores que as de semana passada.

Apesar da relativa estabilização de sexta-feira, o índice geral de Xangai, o referencial do mercado chinês , caiu 5,32%, e soma perdas de 15,3% em apenas seis dias de cotação em 2016, o que comeu a alta de 9,4% acumulada em todo o ano de 2015.

As quedas de segunda e quinta-feira da semana passada podem ser explicadas em grande medida pelo temor dos investidores de que hoje fosse uma "segunda-feira negra", por causa do desbloqueio de um trilhão de ações que não podiam sair ao mercado desde a crise do meio do ano passado, e que foram liberadas nesta manhã, embora ao final à esse desbloqueio tenham sido impostas limitações.

Mas em consequência das medidas tomadas por Pequim nos últimos dias, a "segunda-feira negra" não foi um baque tão forte como se temia, mesmo tendo provocado quedas consideráveis, inclusive para os frequentemente voláteis pregões chineses (Shenzhen caiu ainda mais que Xangai, 6,21%).

As quedas nos mercados chineses voltaram a contagiar o exterior. Em Hong Kong, vinculada parcialmente a Xangai, o índice Hang Seng caiu hoje 2,76%, e Seul perdeu 1,19% e Bangcoc 0,78%, e só Tóquio se salvou, por ser feriado no Japão.

A estabilização de sexta-feira foi empurrada por Pequim, através de suas corretoras e empresas estatais, que já são ironicamente conhecidas em círculos financeiros como a "seleção nacional", e às quais pediu mais uma vez que comprassem ações para elevar o mercado.

Não está claro se essa intervenção aconteceu hoje, embora no mercado seja dado por certo que ela acontecerá se as coisas voltarem a se complicar.

"A 'seleção' aparecerá outra vez esta semana se houver novos desabes, mas essas intervenções só distorcerão o mercado ainda mais", vaticinou Jeffrey Chan Lap-tak, sócio da firma de investimentos Oriental Patron Financial, ao jornal independente "South China Morning Post".

O outro fator das altas dos mercados de sexta-feira foi a suspensão do mecanismo interruptor do mercado, que tinha começado a valer em 1º de janeiro, e que forçou dois fechamentos em seus quatro primeiros dias em vigor.

Vários analistas consideram que a intervenção de Pequim só está postergando a inevitável correção que as bolsas chinesas devem sofrer pelos efeitos da grande bolha da bolsa, que se formou entre a segunda metade de 2014 e a primeira de 2015, uma longa sequência de alta que disparou os investimentos e a alavancagem.

Quando a bolha começou a murchar, só uma bateria de medidas de intervenção direta e indireta de Pequim (como as limitações à venda ações, recém-estendidas agora até abril) conseguiu conter a sangria.

Com efeito, para alguns estudiosos, como assinalou à Efe o especialista em mercados financeiros Rui Meng, da escola de negócios sino-europeia CEIBS, o mercado não se estabilizará provavelmente até que ronde um índice considerado pelo menos "mais razoável", próximo dos 2.800 pontos em Xangai (que hoje fechou em 3.106,7).

Quem concorda com ele é a corretora Haitong, que afirmou hoje que prevê que o "pesadelo" da bolsa continuará nos próximos dias, "dadas as frágeis perspectivas econômicas, a pressão para a desvalorização (das ações) e a baixa rentabilidade corporativa".

Os lucros de sexta-feira, concluiu, foram "limitados, já que muita da volatilidade foi causada mais pela intervençãodo governo do que pelos fundamentos da economia".

Contudo, a AXA Investment Managers acredita que as atuais quedas serão temporárias, porque ao final são as margens de lucro que sustentam a Bolsa de Valores e, "claro, a China não está à beira do colapso", apontou.

Para a agência de análise Capital Economics, "ao contrário do que dizem muitas manchetes, os dados econômicos não mostram grandes sinais de deterioração" na economia chinesa.

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Xangai - As bolsas chinesas afundaram nesta segunda-feira, em meio ao temor de outra "segunda-feira negra", que acabou sendo "cinza escuro", com perdas superiores aos 5%, menores que as de semana passada.

Apesar da relativa estabilização de sexta-feira, o índice geral de Xangai, o referencial do mercado chinês , caiu 5,32%, e soma perdas de 15,3% em apenas seis dias de cotação em 2016, o que comeu a alta de 9,4% acumulada em todo o ano de 2015.

As quedas de segunda e quinta-feira da semana passada podem ser explicadas em grande medida pelo temor dos investidores de que hoje fosse uma "segunda-feira negra", por causa do desbloqueio de um trilhão de ações que não podiam sair ao mercado desde a crise do meio do ano passado, e que foram liberadas nesta manhã, embora ao final à esse desbloqueio tenham sido impostas limitações.

Mas em consequência das medidas tomadas por Pequim nos últimos dias, a "segunda-feira negra" não foi um baque tão forte como se temia, mesmo tendo provocado quedas consideráveis, inclusive para os frequentemente voláteis pregões chineses (Shenzhen caiu ainda mais que Xangai, 6,21%).

As quedas nos mercados chineses voltaram a contagiar o exterior. Em Hong Kong, vinculada parcialmente a Xangai, o índice Hang Seng caiu hoje 2,76%, e Seul perdeu 1,19% e Bangcoc 0,78%, e só Tóquio se salvou, por ser feriado no Japão.

A estabilização de sexta-feira foi empurrada por Pequim, através de suas corretoras e empresas estatais, que já são ironicamente conhecidas em círculos financeiros como a "seleção nacional", e às quais pediu mais uma vez que comprassem ações para elevar o mercado.

Não está claro se essa intervenção aconteceu hoje, embora no mercado seja dado por certo que ela acontecerá se as coisas voltarem a se complicar.

"A 'seleção' aparecerá outra vez esta semana se houver novos desabes, mas essas intervenções só distorcerão o mercado ainda mais", vaticinou Jeffrey Chan Lap-tak, sócio da firma de investimentos Oriental Patron Financial, ao jornal independente "South China Morning Post".

O outro fator das altas dos mercados de sexta-feira foi a suspensão do mecanismo interruptor do mercado, que tinha começado a valer em 1º de janeiro, e que forçou dois fechamentos em seus quatro primeiros dias em vigor.

Vários analistas consideram que a intervenção de Pequim só está postergando a inevitável correção que as bolsas chinesas devem sofrer pelos efeitos da grande bolha da bolsa, que se formou entre a segunda metade de 2014 e a primeira de 2015, uma longa sequência de alta que disparou os investimentos e a alavancagem.

Quando a bolha começou a murchar, só uma bateria de medidas de intervenção direta e indireta de Pequim (como as limitações à venda ações, recém-estendidas agora até abril) conseguiu conter a sangria.

Com efeito, para alguns estudiosos, como assinalou à Efe o especialista em mercados financeiros Rui Meng, da escola de negócios sino-europeia CEIBS, o mercado não se estabilizará provavelmente até que ronde um índice considerado pelo menos "mais razoável", próximo dos 2.800 pontos em Xangai (que hoje fechou em 3.106,7).

Quem concorda com ele é a corretora Haitong, que afirmou hoje que prevê que o "pesadelo" da bolsa continuará nos próximos dias, "dadas as frágeis perspectivas econômicas, a pressão para a desvalorização (das ações) e a baixa rentabilidade corporativa".

Os lucros de sexta-feira, concluiu, foram "limitados, já que muita da volatilidade foi causada mais pela intervençãodo governo do que pelos fundamentos da economia".

Contudo, a AXA Investment Managers acredita que as atuais quedas serão temporárias, porque ao final são as margens de lucro que sustentam a Bolsa de Valores e, "claro, a China não está à beira do colapso", apontou.

Para a agência de análise Capital Economics, "ao contrário do que dizem muitas manchetes, os dados econômicos não mostram grandes sinais de deterioração" na economia chinesa.

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