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Santander: Ibovespa pode superar 100 mil pontos em 2011

Segundo relatório do banco, grande aumento no consumo deve impulsionar as ações ligadas à economia doméstica

BM&FBovespa: banco Santander também previu que taxa Selic feche em 10% no ano que vem (Lia Lubambo/EXAME)

BM&FBovespa: banco Santander também previu que taxa Selic feche em 10% no ano que vem (Lia Lubambo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 15h05.

São Paulo - O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, pode superar a marca de 100.000 pontos em 2011, puxado pelos papéis ligados à economia doméstica, devido ao crescimento do consumo, segundo a unidade de gestão de fundos do Banco Santander Brasil SA.

"O Brasil entrou numa relação populacional de duas pessoas em idade ativa para uma inativa, com a mortalidade infantil caindo", disse Aquiles Mosca, superintendente executivo e estrategista de investimentos do Santander Asset Management. "Quando acontece isso, o consumo deslancha. Foi o que ocorreu com a Alemanha e o Japão, após a Segunda Guerra Mundial, com os Estados Unidos nos anos 50 e 60 e com os Tigres Asiáticos nos anos 80 e 90."

O Ibovespa deve fechar 2010 em 80.000 pontos e ter uma valorização anual de 20 por cento além da taxa básica de juros em 2011, disse Mosca em entrevista ontem em São Paulo.

"Como projetamos a Selic na casa dos 10 por cento em 2011, com média de 11,2 por cento e fechando o ano em 12,25 por cento, e um ganho de 20 por cento acima dos juros para a bolsa, ela deve subir uns 30 por cento no ano que vem", disse Mosca. Um aumento de 31,2 por cento sobre a projeção de 80.000 pontos para o Ibovespa no fim deste ano levaria o índice a 104.960 pontos ao final de 2011.

Outras estimativas

A aposta do Santander supera as estimativas de concorrentes. Ontem, o Goldman Sachs Group Inc. enviou relatório a clientes, estimando o Ibovespa a 78.000 pontos no fim de 2010. O Itaú Unibanco Holding SA divulgou, em 30 de agosto, análise colocando o índice no final de 2011 em 87.000 pontos. O Bank of America Corp. projetou, em 16 de setembro, o Ibovespa na marca de 81.000 pontos ao fim dos 12 meses seguintes.


As empresas ligadas ao consumo, as produtoras de commodities metálicas, além das "de infraestrutura, como construção civil, logística, concessões rodoviárias e transporte aéreo" devem dar as principais contribuições para que o Ibovespa supere os 100.000 pontos em 2011, disse Mosca.

As aberturas de capital também devem ser retomadas a partir do primeiro trimestre de 2011, já que o fim do ano costuma ter menos operações, disse ele.

"A instabilidade segurou as ofertas. Até agosto, falava-se no risco de algum país europeu quebrar. Além disso, teve a oferta da Petrobras", disse Mosca, referindo-se à capitalização de US$ 70 bilhões da Petróleo Brasileiro SA, realizada em setembro, para ajudar financiar o plano de investimento de US$ 224 bilhões da estatal para os próximos cinco anos.

Com uma valorização acumulada de 4,5 por cento em 2010 até o fechamento de ontem, o Ibovespa se aproxima de seu recorde histórico, de 73.517 pontos em 20 de maio de 2008. Para bater a marca, ainda é necessária uma valorização de 2,6 por cento em relação aos 71.675 pontos do encerramento de ontem.

Para chegar a 80.000 pontos no fim deste ano, o índice ainda precisa acumular ganhos de 12 por cento sobre o fechamento de ontem. Em relação à estimativa do Santander para o fim de 2011, a valorização deverá ser de 46 por cento entre hoje e dezembro do ano que vem.

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