Reunião da OPEP, Banco Pan compra a Mosaico e o que mais move o mercado
Bolsas de valores têm leves quedas em meio a temores sobre estagflação das principais economias
Guilherme Guilherme
Publicado em 4 de outubro de 2021 às 07h03.
Última atualização em 4 de outubro de 2021 às 07h30.
As bolsas internacionais operam em queda na manhã desta segunda-feira, 4, com a escassez de recursos e a prevista redução de estímulos nos Estados Unidos alimentando preocupações sobre uma possível estagflação global.
No mercado de futuros americanos, os principais índices recuam cerca de 0,3%. O índice de volatilidade Vix, também conhecido como “índice do medo”, reflete as incertezas, saltando mais de 8%. Na Europa, o Stoxx 50 cai 0,2%, tendo no radar o índice de confiança mais baixo do que o esperado na Zona do Euro, divulgado nesta manhã.
Nas mãos do cartel
Investidores globais ainda aguardam a reunião de membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+), que irá definir os novos limites de produção do cartel.
Em julho, eles acordaram em elevar a produção em 400.000 barris por dia até abril de 2022. Segundo quatro fontes disseram à Reuters, dessa vez, estão considerandoadicionar mais do que anteriormente previsto.
Ainda de acordo com a agência de notícias, qualquer aumento de produção deve ocorrer somente em novembro, já que os limites para outubro foram acertados no último encontro do cartel.
O barril petróleo brent, que na última semana chegou a bater o maior patamar desde 2018 em meio à expectativa de maior demanda, opera próximo da estabilidade nesta manhã, cotado em torno de 79,30 dólares. Com alta de mais de 50% no ano, a commodity tem puxado ações de petrolíferas brasileiras, especialmente as da PetroRio (PRIO3), que acumulam 45% de alta nos últimos 30 dias.
Com pressões sobre o controle de preços da Petrobras (PETR3/PETR4), parte do mercado têm trocado suas ações da estatal por de companhias privadas, como pela 3R (RRRP3) e pela própria PetroRio. No mesmo período, as ações da estatal subiram apenas pouco mais de 5%.
Mosaico é Pan
OBanco Pan (BPAN4)anunciou na última noite a compra daMosaico (MOSI3 ), dos sites de comparação de preço Bondfaro, Buscapé e Zoom. A operação ocorreu por meio de troca de ações, sem envolver pagamentos em dinheiro.
O negócio, segundo fato relevante, visa disponibilizar aos clientes “a escolha e aquisição dos melhores produtos, com cashback sobre o melhor preço e nas melhores condições de crédito e pagamento”.
Pelos termos da operação, o Banco Pan irá incorporar as ações da Mosaico, com emissão de 101,28 milhões de ações a serem emitidas pelo Pan e entregues aos acionistas da Mosaico em uma relação de troca de 0,8x (MOSI3/BPAN4). Ou seja, todo o capital da Mosaico será detido pelo Pan, enquanto os acionistas da Mosaico terão 7,8% do banco.
Prévia do Inter
Outra fintech que deve ganhar as atenções do mercado nesta segunda é o Banco Inter (BIDI3/BIDI11), que irá divulgar prévia do resultado do terceiro trimestre nesta manhã. No segundo trimestre, o Inter dobrou o número de contas digitais na comparação anual para quase 12 milhões usuários. Já as receitas totais tiveram um incremento de 119% para 638,7 milhões de reais.
Nova aquisição da Oncoclínicas
A Oncoclínicas (ONCO3) concluiu a aquisição de fatia majoritária do Complexo Hospitalar de Uberlândia, UMC. O valor de firma para operação foi de 412,7 milhões de reais. O Ebitda esperado para 2022 é de 40 milhões de reais. "A operação representa um importante avanço para o Grupo Oncoclínicas na estratégia de integração de sua oncologia clínica ambulatorial com seus centros de alta complexidade". A aquisição foi a terceira apresentada pela companhia no intervalo de uma semana.
Hapvida e a hidroxicloroquina
Após ter seu nome envolvido na CPI da Covid por receitar a pacientes com a doença medicamentos com eficácia não comprovada - levando suas ações a caírem mais de 8% nos últimos cinco dias - a Hapvida (HAPV3) lançou um comunicado ao mercado sobre o tema. Segundo a Hapvida, a hidroxicloroquina recebeu "uma adesão relevante da nossa rede, [mas] nunca correspondeu à maioria das prescrições".
"A adoção da hidroxicloroquina foi sendo reduzida de forma constante e acentuada. Hoje a instituição não sugere o uso desse medicamento por não haver comprovação científica de sua efetividade. Mas segue respeitando a autonomia e a soberania médica para determinar as melhores práticas para cada caso, de acordo com cada paciente", disse a empresa em comunicado.