Resultados da Oi frustram mercado e ações têm forte queda
Segundo CEO, companhia continuará vendendo ativos para melhorar sua posição financeira
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 16h46.
São Paulo - A Oi continuará vendendo ativos para melhorar sua posição financeira, afirmou o presidente-executivo da operadora, Zeinal Bava, após a divulgação de resultados que frustraram o mercado devido à queda dos indicadores operacionais e incertezas sobre a capitalização da empresa.
Bava reafirmou que espera que a operação de capitalização seja concluída no fim do segundo trimestre, mas evitou dar detalhes sobre a esperada injeção de recursos na companhia durante teleconferência com analistas do setor.
A capitalização é parte do plano da Oi para se fundir com a Portugal Telecom, que anunciou mais cedo que seu lucro de quarto trimestre caiu 35 por cento pressionado pela forte competição no retraído mercado português.
Na semana passada, a empresa disse que um grupo de instituições financeiras do Brasil e internacionais deverá participar da capitalização com 6 bilhões de reais, além dos 2 bilhões prometidos pelos acionistas controladores e por um veículo de investimento.
"O mercado está mais preocupado com a reestruturação da companhia e sua dívida, que não para de subir, do que propriamente com o resultado operacional, que veio um pouco abaixo do esperado", afirmou a XP Investimentos em nota.
A Oi encerrou o quarto trimestre com dívida líquida de mais de 30 bilhões de reais, crescimento de 21,3 por cento sobre igual período de 2012.
"A preocupação permanece com relação ao endividamento da companhia, que atingiu nível de dívida líquida sobre lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 4 vezes", acrescentou a XP.
Apesar da Oi ter divulgado mais cedo lucro líquido do quarto trimestre quase 3 vezes maior ante um ano antes, o valor foi catapultado por ganho não recorrente de 1,5 bilhão de reais com a venda da empresa de cabos submarinos Globenet em 2013.
Sustentável?
As ações preferenciais da Oi despencavam 5 por cento na tarde desta quarta-feira, cotadas a 3,8 reais, apesar da alta de 1 por cento do Ibovespa.
Segundo Henrique Florentino, analista da Um Investimentos, o mercado não recebeu bem os resultados da operadora, já que excluindo os efeitos não-recorrentes, a Oi teria apresentado prejuízo de 300 milhões de reais no quarto trimestre.
"A Oi já vem vendendo ativos desde 2012; isso não é sustentável", disse o analista, citando a menor eficiência operacional da operadora com menos receitas de serviços móveis.
De acordo com o analista, também há o risco dos acionistas minoritários da Oi tentarem impugnar o aumento de capital. "Em termos de endividamento da Oi, a fusão (com a Portugal Telecom) não ajuda em nada a empresa brasileira, já que a CorpCo (empresa resultante) seguirá com alto nível de endividamento".
Analistas da corretora Ativa disseram que o mercado se frustrou com a ausência de informações de Bava sobre a fusão com a Portugal Telecom e a capitalização da companhia.
"Não foi dito como seriam colocadas as ações no mercado, se o sindicato (de bancos) vai existir, quem são os participantes. Nada está muito claro", disse Lenon Borges, analista da Ativa.
"É uma dúvida como a Oi vai conseguir buscar os recursos com esse balanço e esse mercado" e "os resultados ruins da Portugal Telecom pioram as perspectivas para a empresa resultante da união entre as duas", acrescentou Borges.
O Ebitda da Oi no quarto trimestre disparou 39 por cento, mas excluindo o efeito da Globenet houve queda de 9 por cento sobre um ano antes, com receita recuando 2,4 por cento.
Médio A Longo Prazos
Bava, no comando da Oi desde meados do ano passado, afirmou durante a teleconferência com analistas que os resultados do esforço de redução de custos e melhora de eficiência da empresa deverão ser sentidos no médio e longo prazos e que a empresa segue focada em redução de sua dívida.
Parte desta atenção foi a adesão ao programa de refinanciamento fiscal do governo (Refis), que gerou ganhos para o resultado financeiro da companhia que foram minimizados por maiores dívida média e taxa de juros, depois que o governo começou a elevar a Selic para conter a inflação no país.
O executivo reiterou que a Oi tem liquidez de 11,12 bilhões de reais, dos quais cerca de 7,2 bilhões de reais em linhas de crédito imediato que incluem 2,5 bilhões do BNDES.
"A análise de nosso desempenho não pode ser feita trimestre a trimestre, é preciso focar nas tendências estruturantes", disse Bava. Ele disse que a Oi deve implantar até junho na maior parte das regiões onde opera, um sistema de gerenciamento de força de trabalho chamado Clic, com o qual espera reduzir custos de equipes de manutenção e melhorar a eficiência.
Zeinal também afirmou que a Oi prepara para abril o relançamento de sua oferta de TV paga, que será apoiada em novo satélite da companhia.
Sobre o mercado de telefonia móvel brasileiro, o executivo afirmou que as operadoras estão "racionalizando algumas de suas ofertas, corrigindo alguns preços" e que a Oi não está subsidiando aparelhos para clientes.
São Paulo - A Oi continuará vendendo ativos para melhorar sua posição financeira, afirmou o presidente-executivo da operadora, Zeinal Bava, após a divulgação de resultados que frustraram o mercado devido à queda dos indicadores operacionais e incertezas sobre a capitalização da empresa.
Bava reafirmou que espera que a operação de capitalização seja concluída no fim do segundo trimestre, mas evitou dar detalhes sobre a esperada injeção de recursos na companhia durante teleconferência com analistas do setor.
A capitalização é parte do plano da Oi para se fundir com a Portugal Telecom, que anunciou mais cedo que seu lucro de quarto trimestre caiu 35 por cento pressionado pela forte competição no retraído mercado português.
Na semana passada, a empresa disse que um grupo de instituições financeiras do Brasil e internacionais deverá participar da capitalização com 6 bilhões de reais, além dos 2 bilhões prometidos pelos acionistas controladores e por um veículo de investimento.
"O mercado está mais preocupado com a reestruturação da companhia e sua dívida, que não para de subir, do que propriamente com o resultado operacional, que veio um pouco abaixo do esperado", afirmou a XP Investimentos em nota.
A Oi encerrou o quarto trimestre com dívida líquida de mais de 30 bilhões de reais, crescimento de 21,3 por cento sobre igual período de 2012.
"A preocupação permanece com relação ao endividamento da companhia, que atingiu nível de dívida líquida sobre lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 4 vezes", acrescentou a XP.
Apesar da Oi ter divulgado mais cedo lucro líquido do quarto trimestre quase 3 vezes maior ante um ano antes, o valor foi catapultado por ganho não recorrente de 1,5 bilhão de reais com a venda da empresa de cabos submarinos Globenet em 2013.
Sustentável?
As ações preferenciais da Oi despencavam 5 por cento na tarde desta quarta-feira, cotadas a 3,8 reais, apesar da alta de 1 por cento do Ibovespa.
Segundo Henrique Florentino, analista da Um Investimentos, o mercado não recebeu bem os resultados da operadora, já que excluindo os efeitos não-recorrentes, a Oi teria apresentado prejuízo de 300 milhões de reais no quarto trimestre.
"A Oi já vem vendendo ativos desde 2012; isso não é sustentável", disse o analista, citando a menor eficiência operacional da operadora com menos receitas de serviços móveis.
De acordo com o analista, também há o risco dos acionistas minoritários da Oi tentarem impugnar o aumento de capital. "Em termos de endividamento da Oi, a fusão (com a Portugal Telecom) não ajuda em nada a empresa brasileira, já que a CorpCo (empresa resultante) seguirá com alto nível de endividamento".
Analistas da corretora Ativa disseram que o mercado se frustrou com a ausência de informações de Bava sobre a fusão com a Portugal Telecom e a capitalização da companhia.
"Não foi dito como seriam colocadas as ações no mercado, se o sindicato (de bancos) vai existir, quem são os participantes. Nada está muito claro", disse Lenon Borges, analista da Ativa.
"É uma dúvida como a Oi vai conseguir buscar os recursos com esse balanço e esse mercado" e "os resultados ruins da Portugal Telecom pioram as perspectivas para a empresa resultante da união entre as duas", acrescentou Borges.
O Ebitda da Oi no quarto trimestre disparou 39 por cento, mas excluindo o efeito da Globenet houve queda de 9 por cento sobre um ano antes, com receita recuando 2,4 por cento.
Médio A Longo Prazos
Bava, no comando da Oi desde meados do ano passado, afirmou durante a teleconferência com analistas que os resultados do esforço de redução de custos e melhora de eficiência da empresa deverão ser sentidos no médio e longo prazos e que a empresa segue focada em redução de sua dívida.
Parte desta atenção foi a adesão ao programa de refinanciamento fiscal do governo (Refis), que gerou ganhos para o resultado financeiro da companhia que foram minimizados por maiores dívida média e taxa de juros, depois que o governo começou a elevar a Selic para conter a inflação no país.
O executivo reiterou que a Oi tem liquidez de 11,12 bilhões de reais, dos quais cerca de 7,2 bilhões de reais em linhas de crédito imediato que incluem 2,5 bilhões do BNDES.
"A análise de nosso desempenho não pode ser feita trimestre a trimestre, é preciso focar nas tendências estruturantes", disse Bava. Ele disse que a Oi deve implantar até junho na maior parte das regiões onde opera, um sistema de gerenciamento de força de trabalho chamado Clic, com o qual espera reduzir custos de equipes de manutenção e melhorar a eficiência.
Zeinal também afirmou que a Oi prepara para abril o relançamento de sua oferta de TV paga, que será apoiada em novo satélite da companhia.
Sobre o mercado de telefonia móvel brasileiro, o executivo afirmou que as operadoras estão "racionalizando algumas de suas ofertas, corrigindo alguns preços" e que a Oi não está subsidiando aparelhos para clientes.