Quem é mais beneficiado na Bolsa com o corte de juros
Banco Central reduziu, nesta semana, a Selic para 7,5% ao ano. Veja os setores que mais serão beneficiados com a tesoura do BC
Rita Azevedo
Publicado em 28 de outubro de 2017 às 06h00.
Última atualização em 28 de outubro de 2017 às 06h00.
São Paulo -- Nesta semana, o Banco Central anunciou umnovo corte na Selic , que passou a ser de 7,5% ao ano.A expectativa de analistas é que o corte se repita na próxima reunião e que a taxa básica de juros termine 2017 em 7%.
A redução de juros é benéfica para a Bolsa como um todo, uma vez que torna os investimentos em renda variável atrativos. Algumas companhias, no entanto, devem ganhar ainda mais com o cenário.
Segundo especialistas, o momento é favorável para as empresas cujos modelos de negócio demandam um alto volume de investimentos e que se financiam através de dívidas.
"É o caso das concessionárias de rodovias, que contraem dívidas para investimentos pesados e arrecadam só lá frente", explica Samuel Torres da Spinelli Corretora. "O mesmo acontece com as empresas do setor elétrico, com as construtoras e com as administradoras de shoppings."
Independentemente dos fins da dívida, quem tem débitos atrelados ao CDI costuma ganhar com a redução da Selic, já que é possível, com isso, diminuir as despesas financeiras.
Outra turma de beneficiados é formada por companhias que dependem do consumo dos brasileiros para crescer. É que com juros menores, as pessoas tendem a buscar mais crédito. Com dinheiro no bolso, passam a gastar mais. Nesse grupo entram, além das construtoras e das administradoras de shoppings , as empresas de consumo e varejo.
Tamanho do impacto
Para Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimento, o impacto do corte de juros nas companhias pode não ser tão grande no curto prazo, uma vez que o mercado trabalhava há meses com o cenário de juros reduzidos. "O corte já era repercutido nas ações antes mesmo da decisão", explica ele.
Isso, no entanto, não impede que os papéis tenham um bom desempenho nos próximos meses, uma vez que a decisão do BC mexe diretamente com os resultados financeiros das empresas.