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Prazo para entrar no IPO da Agribrasil acaba nesta terça. Vale a pena?

Estreia da empresa na B3 está prevista para o dia 13 de agosto sob o ticker GRAO3

Agribrasil é uma empresa jovem, que iniciou suas operações como intermediária do mercado de milho e soja em 2017 (Divulgação/Divulgação)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 9 de agosto de 2021 às 06h05.

Última atualização em 9 de agosto de 2021 às 23h06.

O casamento entre logística e agronegócio é a base de atuação da Agribrasil, que deve fazer a sua estreia na bolsa nesta semana. O prazo para que o pequeno investidor participe da oferta pública inicial de ações ( IPO , na sigla em inglês) termina nesta terça, dia 10, e se tudo der certo, os papéis estreiam na B3 na sexta-feira, 13, com o ticker GRAO3.

A Agribrasil é uma empresa jovem, que iniciou suas operações como intermediária do mercado de milho e soja em 2017. A companhia adquire os grãos diretamente dos produtores e cooperativas para exportar aos mercados da Europa, da Ásia e do Oriente Médio.

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Outro ponto de atuação é a logística de transporte dos grãos. É um dos pontos em que a Agribrasil se destaca. A empresa tem 50% de sua matriz de transporte focada em hidrovias, menos poluentes, e outros 32% concentrados em ferrovias. As rodovias, modal mais utilizado no Brasil, correspondem a apenas 18% da matriz da companhia.

O IPO da Agribrasil pode captar 308 milhões de reais considerando a oferta-base. O valor considera o preço médio da faixa indicativa da oferta, que vai de 7,70 reais a 10,06 reais por ação.

A oferta é majoritariamente primária, o que significa que a maior parte dos recursos (74%) será destinada ao caixa da empresa. O restante, 26%, vai para o bolso dos acionistas vendedores. A Agribrasil pretende usar cerca de 70% dos recursos para investir na expansão de suas atividades realizando aquisições.

A empresa pretende captar um valor em linha com o levantado pela Agrogalaxy (AGXY3), também do setor agro, que movimentou 349,99 milhões de reais em sua oferta realizada na última semana de julho. A Agrogalaxy passou por uma reviravolta em sua oferta que fez o IPO atrasar quatro meses e levou as ações a recuarem 23% na estreia, com analistas preocupados com a tese de investimento da empresa.

O modelo de negócios da Agribrasil não é comparável ao da Agrogalaxy, mas analistas também estão cautelosos quanto à oferta da companhia. Em relatório, a Suno Research recomendou que o investidor de varejo não participe do IPO por causa de “vários riscos intrínsecos do modelo de negócios adotado pela empresa”.

Um deles é a possibilidade de paralisação das atividades por causa de sua dependência da operação logística. “Recentemente, vimos alguns portos que foram interditados e deixaram de operar por um certo período, além de movimentos sociais, quedas de energias e greves que podem afetar o negócio”, afirmam os analistas.

Além disso, a Suno estima que o preço das ações não é atraente em comparação a seus pares. O múltiplo Preço/Lucro (P/L), que calcula a relação entre o preço da ação e o lucro gerado pelo negócio, é de 37 vezes no caso da Agribrasil. Já para rivais como SLC Agrícola (SLCE3) e Brasil Agro (AGRO3), o múltiplo é de 13 vezes e 25 vezes, respectivamente.

Entre os pontos positivos do negócio, a Suno destaca a matriz de transporte intermodal e as vantagens da empresa em atuar em um mercado em expansão. Isso porque o Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo, além de figurar entre os três principais produtores e exportadores globais de milho.

Os investidores que quiserem participar do IPO precisam avisar sua corretora sobre quantos papéis gostaria de comprar no IPO e por qual preço. O valor mínimo para participar é de 3.000 reais, e o máximo, de 1 milhão de reais.

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