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Possível aumento de imposto pode beneficiar ações, diz banco

Segundo o Santander, empresas do setor de açúcar e etanol sairiam ganhando em eventual elevação da Cide nos preços dos combustíveis


	Colheitadeira de cana-de-açúcar: aumento de imposto pode beneficiar empresas do setor
 (Divulgação)

Colheitadeira de cana-de-açúcar: aumento de imposto pode beneficiar empresas do setor (Divulgação)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 26 de abril de 2016 às 06h00.

São Paulo - Empresas do setor de açúcar e etanol na Bolsa seriam beneficiadas por um eventual aumento de imposto (Cide - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) nos combustíveis, segundo o Santander.

A avaliação do banco é de que a Cide poderá ser elevada pelo governo nas próximas semanas, em uma tentativa de ampliar a arrecadação federal.

"O aumento no imposto Cide pode ser feito por meio de um aumento do preço na bomba, sem afetar os preços da refinaria da Petrobras (PETR4), a nosso ver", disse o analista Gustavo Allevato, em relatório.

"Observamos que o governo pode implementar um aumento nos impostos por decreto, sem a necessidade de aprovação do Congresso", completou.

Com preços da gasolina maiores na bomba, haveria espaço para reajuste também no etanol, o que causaria um maior direcionamento da produção brasileira de cana-de-açúcar para o etanol em vez do açúcar, na visão de Allevato. 

Isso reduziria a oferta de açúcar do Brasil e, consequentemente, do mundo, "sustentando altos preços do produto" e beneficiando a Cosan (CSAN3) e a São Martinho (SMTO3).

"No caso de um aumento no imposto, nossa expectativa é que os segmentos de distribuição de combustíveis da Ultrapar (UGPA3) e da Cosan Energia imediatamente aumentem seus preços nos postos, e ambas venderiam o estoque que foi comprado a preço mais baixo, registrando assim um ganho em estoques."

Histórico

Em setembro do ano passado, a Petrobras anunciou um reajuste de 6% no preço da gasolina e de 4% no preço do diesel nas refinarias.

Parte do aumento foi repassada aos consumidores, que viram os preços nas bombas subirem em média 5,1%, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), naquela época.

Em 2016, o tombo nos preços do petróleo no exterior levantou especulações sobre um possível corte nos combustíveis pela estatal brasileira, que negou no início de abril estar cogitando esta possibilidade, até então. 

Em 6 de abril, o jornal Folha de S.Paulo publicou que a presidente Dilma Rousseff teria tomado a decisão de cortar os preços dos combustíveis no país, mas que a medida não teria sido adotada por causa da reação negativa de membros do conselho da Petrobras.

A decisão poderia amenizar a inflação, que continua acima do teto da meta do governo em 12 meses (de 6,5%), mas prejudicaria a já fragilizada situação financeira da Petrobras, de acordo com analistas.

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