PIB da Europa, SLC, CSN Mineração, Equatorial e o que mais move o mercado
Zona do Euro cresce acima do esperado para o primeiro trimestre, mas cautela ainda predomina no continente à espera de decisão do BCE
Guilherme Guilherme
Publicado em 8 de junho de 2022 às 07h17.
Última atualização em 8 de junho de 2022 às 07h57.
Nada parece mais sólido no mercado do que a sensação de incerteza que toma os investidores globais. O movimento dos principais indicadores, sem uma direção clara nesta quarta-feira, 8, ainda demonstra que a dúvida sobre se já é hora de comprar segue presente nas mesas de negociação. O índice Nasdaq, o mais afetado pela percepção de juros mais altos nos Estados Unidos, já saiu da mínima do ano. Mas grandes influenciadores do mercado, como Michael Burry, imortalizado no filme "A Grande Aposta", já alertaram para o risco de se iludir com as intensas e passageiras altas de um bear market.
Nesta quarta, o PIB acima do esperado na Zona do Euro aliviou parte dos temores sobre a estagflação na Europa, ainda que a outra metade -- a da inflação -- siga preocupante. O PIB da Zona do Euro do primeiro trimestre foi revisado de 0,3% de alta para 0,6% e de 5,1% para 5,4% na comparação anual. Mas o efeito, ao menos por ora, segue limitado no mercado europeu, com as principais bolsas em queda nesta manhã.
No radar, está a decisão do Banco Central Europeu (BCE), prevista para esta quinta-feira, 9. O BCE está em uma encruzilhada: de um lado o o desafio de seguir estimulando a economia do continente diante de uma guerra, de outro, a necessidade de conter a maior inflação da história do bloco -- impulsionada por fatores que fogem do campo da política monetária. A alta do petróleo, que volta a ser negociado acima de US$ 120, volta ao centro dos debates, com a percepção de que a oferta segue insuficiente para atender a demanda.
A valorização de commodities, em tese, favorece o mercado brasileiro. Mas a percepção dos riscos fiscais tem aumentado, com planos de redução de impostos para baratear o preço dos combustíveis. O plano, apresentado nesta semana, pressionou os juros futuros na bolsa e o dólar, que teve sua maior alta desde o início de maio na última sessão, subindo para R$ 4,87. A Petrobras, no entanto, fechou em alta, com expectativa de menor pressão sobre sua política de preços.
Desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):
- Hang Seng (Hong Kong): + 2,24%
- SSE Composite (Xangai): + 0,68%
- FTSE 100 (Londres): - 0,36%
- DAX (Frankfurt): - 0,50%
- CAC 40 (Paris): - 0,69%
- S&P 500 futuro (Nova York): - 0,41%
- Nasdaq futuro (Nova York): - 0,29%
- Petróleo Brent (Londres): + 1,07%, US$ 121,86
SLC
A SLC Agrícola (SLCE3) aumentou as estimativas para produção de sacas de sementes de soja de 800.000 para 1 milhão. A elevação do guidance deprodução, segundo a empresa, se deve à maior demanda do mercado.
CSN Mineração
A CSN Mineração (CMIN3) registrou o pedido de oferta pública para a distribuição debêntures do volume de 1,4 bilhão de reais.
Equatorial
A Equatorial (EQTL3) encerrou seu programa de recompra de ações, após adquirir 28,8 milhões de ações, o equivalente a 2,56% do capital social da companhia.