Mercados

Petrobras tem flexibilidade para administrar alavancagem, avalia Moody’s

Agência de risco afirma que a estatal brasileira poderia investir mais que os US$ 50 bilhões já anunciados para 2011

Moody’s destaca que a capitalização da Petrobras criou margem para um avanço no rating da estatal (Mário Rofrigues/VEJA São Paulo)

Moody’s destaca que a capitalização da Petrobras criou margem para um avanço no rating da estatal (Mário Rofrigues/VEJA São Paulo)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de março de 2011 às 13h44.

São Paulo – A Petrobras está “bem posicionada” para avançar em seu programa de investimento de 224 bilhões de dólares previsto para o período entre 2010 e 2014, afirmou nesta terça-feira (1) a Moody’s Investor Service em comunicado enviado aos clientes. Ao mesmo tempo em que o programa eleva a dívida da Petrobras de maneira significativa, a produção e as reservas também devem apresentar um forte crescimento, prevê a agência de classificação de risco.

“O contínuo sucesso do programa de atividades de exploração e produção, somado a uma progressão razoável dos investimentos, crescimento e alavancagem financeira, poderão impulsionar um aumento nos ratings da estatal brasileira”, que atualmente está fixado em A3 em moeda local, afirma Thomas Coleman, vice-presidente sênior da Moody’s.

Aumento do rating

O executivo destaca que, com a recente capitalização da companhia, há uma “boa flexibilidade” no atual nível de rating da estatal. Contudo, um aumento considerável da alavancagem além das metas da companhia e uma interferência inesperada do governo ou alterações das políticas poderiam pressionar negativamente o rating. Segundo a Moody’s, a nota reflete a condição privilegiada da Petrobras no setor brasileiro de petróleo, as reservas consideráveis e o perfil de crescimento, apesar de refletir também “ os riscos intrínsecos do plano ambicioso de investimentos”, declara a Moody’s.

Mais investimentos

Na visão da agência de classificação de risco, a Petrobras poderia investir mais de 50 bilhões de dólares no programa de investimentos em 2011, ultrapassando significativamente o fluxo de caixa mesmo com o aumento da produção. No ano passado, a Petrobras concluiu uma grande oferta global de ações que resultou em um aumento de capital de 68,3 bilhões de dólares. Porém, em 2010, sua dívida também aumentou significativamente.

“Enquanto o refinanciamento reforçou seu balanço patrimonial e sua flexibilidade financeira para custear o programa de investimentos, a Petrobras ainda enfrenta desafios de financiamento e risco de execução relacionado à geologia, tecnologia, acesso aos materiais, plataformas e serviços, aplicação de desenvolvimentos, e ambiente político”, disse Coleman. “No entanto, acreditamos que a Petrobras tenha flexibilidade para administrar sua alavancagem, bem como escala, elevado fluxo de caixa e perfil de produção consistente com seus ratings atuais.”

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingCapitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoMercado financeiroMoody'sPetrobrasPetróleoRating

Mais de Mercados

Minerva descontinua projeções financeiras para 2024 após atraso em sinergias com ativos da Marfrig

Dólar atinge recorde nominal e encerra cotado a R$ 6,0942 nesta segunda-feira

GPA sobe mais de 16% e lidera Ibovespa com rumores de avanço de Nelson Tanure

Ultra anuncia sucessão na liderança: Rodrigo Pizzinatto vira CEO e Lutz vai para o conselho