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Petrobras não perderá grau de investimento, afirma Fitch

Em entrevista ao site EXAME, analista responsável pela avaliação da estatal afirma que o atraso na capitalização não é significante e que rating atual será mantido.

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2010 às 18h15.

São Paulo - A Petrobras (PETR3); (PETR4) não corre o risco de perder o seu grau de investimentos, apesar do atraso na capitalização da empresa para setembro deste ano, avalia a agência de classificação de risco Fitch. Em entrevista ao site EXAME, o analista responsável pela avaliação da estatal afirma que o atraso na capitalização não é significante e que rating atual será mantido. A declaração rebate as especulações de que a empresa poderiar perder a nota após o adiamento da capitalização.

"Não é provável perder o grau de investimento porque neste momento pensamos que os fatores positivos da nova regulação do pré-sal, o plano de investimentos, a cessão onerosa e a emissão de ações, compensam os fatores negativos", disse Jose Luis Villanueva. A Petrobras decidiu adiar para setembro a enorme oferta pública de ações que programava levar a mercado em meados de julho.

O objetivo da emissão é o de financiar o seu agressivo plano de investimentos de 224 bilhões de dólares. "O atraso não é significante. Não importa se a emissão será em alguns meses ou no ano que vem", afirma Villanueva. A nota atual da estatal em moeda estrangeira é BBB, com perspectiva estável.

A oferta foi adiada devido à expectativa de que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) só tenha em agosto o laudo sobre o valor estimado do barril de petróleo das reservas que deverão ser utilizadas pela União em uma troca indireta por ações da Petrobras, a chamada cessão onerosa.

"Em caso de uma ação de rating negativa, a nota seria reduzida para BBB-. A probabilidade de perder o grau de investimento é muito baixa. O governo brasileiro tem um rating BBB-, o que limitaria caída da Petrobras", explica Villanueva. Para ele, um pronunciamento sobre o rating da estatal só acontecerá quando forem anunciados o valor do barril da cessão onerosa, o montante a ser captado na oferta pública de ações e na participação prioritária dos atuais acionistas minoritários.

A estimativa da Fitch é de que a relação entre dívida líquida e Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) fique entre 1,5 e 2x em 2010, caindo para um nível entre 1 e 1,5x em 2011. "Hoje está um pouco acima, mas era algo que já esperávamos", afirma o analista.

 

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