Mercados

Petrobras lança US$8,5 bi em bônus; demanda supera US$22 bi

Spread no mercado secundário aumenta antes de nova emissão. Recursos deverão ajudar a financiar plano de negócios


	Plataforma da Petrobras: recursos captados pela Petrobras devem ser usados para ajudar a financiar o plano de negócios da companhia de 2014 a 2018
 (Bruno Domingos / Reuters)

Plataforma da Petrobras: recursos captados pela Petrobras devem ser usados para ajudar a financiar o plano de negócios da companhia de 2014 a 2018 (Bruno Domingos / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de março de 2014 às 20h26.

A Petrobras precificou nesta segunda-feira uma oferta de 8,5 bilhões de dólares em bônus no exterior, em seis tranches com vencimentos em três, seis, 10 e 30 anos, com a demanda pelos papéis superando os 22 bilhões de dólares, informou o IFR, um serviço da Thomson Reuters.

Havia expectativas de que a estatal lançasse montante recorde, acima dos 11 bilhões de dólares obtidos em operação similar em maio do ano passado, o que acabou não acontecendo.

Pela manhã, em resposta ao anúncio da emissão, a diferença entre o rendimento dos bônus da Petrobras no exterior e dos Treasuries com prazo equivalente aumentou no mercado secundário, com a curva de rendimento dos bônus da Petrobras inclinando cerca de 15 pontos básicos.

As ações preferenciais da Petrobras fecharam em baixa de 2,3 por cento, com o mercado preocupado com o crescimento da dívida da petroleira.

A operação envolve 1,6 bilhão de dólares em bônus com vencimento em três anos e spread de 250 pontos básicos sobre Treasuries, 1,4 bilhão de dólares em papéis de três anos com spread de 236 pontos sobre a Libor de três meses.

Inclui ainda títulos com prazo de seis anos: 1,5 bilhão de dólares com spread de 330 pontos básicos sobre Treasuries e outros 500 milhões de dólares com spread de 288 pontos sobre a Libor de três meses.

Além disso, há 2,5 bilhões de dólares em papéis de 10 anos com spread de 350 pontos sobre Treasuries e, finalmente, 1 bilhão de dólares em bônus de 30 anos com 360 pontos sobre Treasuries comparáveis, segundo o IFR.

Os coordenadores da operação são HSBC, JPMorgan, Citi, Bank of China, BB Investimentos e Bradesco BBI.

A agência de classificação de risco Fitch definiu nota "BBB" para a emissão.

Os recursos captados pela Petrobras devem ser usados para ajudar a financiar o plano de negócios da companhia de 2014 a 2018. Os investimentos da empresa estimados para o período de cinco anos foram reduzidos em quase 7 por cento em relação ao plano anterior, ainda assim para o robusto montante de 220,6 bilhões de dólares.

A Petrobras padece de alto endividamento e defasagem dos preços dos combustíveis no mercado interno na comparação com os preços internacionais, além de estar enfrentando obstáculos para elevar sua produção.

No ano passado, a Petrobras foi classificada como a empresa mais endividada do mundo em um relatório do Bank of America Merrill Lynch. A empresa vem aumentando o tamanho de suas emissões de bônus em dólares ano após ano, pelo menos desde 2009, elevando os custos de financiamento.

Em maio de 2013, a Petrobras protagonizou a maior captação de bônus em dólares por uma companhia da América Latina, ao vender 11 bilhões de dólares nos mercados internacionais. Também foram seis tranches com prazos entre três e 30 anos, e a demanda naquela ocasião superou os 50 bilhões de dólares.

Atualizado às 20h26min do mesmo dia, para adicionar informações sobre o fechamento do mercado. 

Acompanhe tudo sobre:BônusCapitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoPETR4PetrobrasPetróleoSalários

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado