Jean Paul Prates, presidente da Petrobras (Maria Magdalena Arrellaga/Bloomberg via/Getty Images)
Repórter
Publicado em 11 de maio de 2023 às 06h00.
A Petrobras (PETR4) divulgará seu balanço do primeiro trimestre na noite desta quinta-feira, 10, sob expectativa de lucro mais baixo que o registrado no mesmo período do ano passado, quando o preço do petróleo disparou em decorrência da guerra da Ucrânia.
Para este balanço, a projeção de analistas do Itaú BBA é de que a companhia apresente lucro líquido de US$ 6,081 bilhões, 29% a menos que no primeiro trimestre de 2022. As projeções do banco para o Ebitda e receita líquida são de US$ 13,18 bilhões e US$ 26,01 bilhões, respectivamente, 12,5% e 4% mais baixos.
Já o Credit Suisse tem projeções pouco mais otimistas sobre o papel, com previsão de lucro líquido de US$ 6,25 bilhões, de receita líquida de US$ 27,99 bilhões e de Ebitda de R$ 14,14 bilhões.
Os números têm como base a prévia operacional apresentada pela Petrobras na semana passada, em que a companhia apresentou volumes de produção e vendas de barris de óleo equivalente praticamente estáveis em relação aos do ano passado.
Apesar dos níveis estáveis de produção e vendas, o Credit Suisse prevê queda de 6% no Ebitda devido aos preços mais baixos de petróleo e derivados. "Isso deve se traduzir em uma geração orgânica ainda sólida de fluxo de caixa livre para acionistas de US$ 6,4 bilhões, equivalente a um rendimento de 10%", avaliaram em relatório.
Mesmo com a expectativa de que a empresa volte a apresentar um forte resultado para o trimestre, ainda há dúvidas quanto aos dividendos, dada as declarações mais reticentes de seu presidente Jean Paul Prates quanto à distribuição de lucros.
Para analistas do Goldman Sachs, no entanto, os números da prévia operacional e os recentes acontecimentos reforçaram as expectativas da casa sobre o anúncio de distribuição de dividendos após o resultado desta quinta.
"Embora o governo tenha manifestado sua intenção de reduzir os dividendos da Petrobras, vimos a aprovação integral dos dividendos do quarto trimestre pelos acionistas, nenhuma mudança (pelo menos por enquanto) na política de dividendos após a eleição do Conselho de Administração e o fato de o novo CEO ter observado que respeitaria as regras mesmo que discordasse delas", afirmou o Goldman Sachs em relatório.
A expectativa do banco é de que, junto com o balanço do primeiro trimestre, a companhia anuncie US$ 4,7 bilhões em dividendos.
"Observamos que vários investidores com quem conversamos não esperam que a Petrobras anuncie tal dividendo e, portanto, caso isso se concretize, esperamos uma reação positiva do mercado após o anúncio", avaliaram os analistas do Goldman Sachs.