Petrobras e a decisão para os combustíveis, taxa de desemprego, balanços e o que mais move o mercado
Impostos sobre combusíveis podem voltar gradualmente; Petrobras poderá reduzir preço para compensar reoneração
Repórter
Publicado em 28 de fevereiro de 2023 às 07h40.
Última atualização em 28 de fevereiro de 2023 às 08h42.
Bolsas de valores sem uma direção definida nesta terça-feira, 28, com investidores digerindo dados de inflação divulgados na Europa nesta madrugada. Índices de preços saíram acima do consenso na Espanha e França, fortalecendo as estimativas de taxas de juros mais altas do Banco Central Europeu (BCE). As expectativas também são de um aperto monetário mais duro do outro lado do Atlântico.
Os índices futuros dos Estados Unidos oscilam entre altas e baixas, após terem registrado leve recuperação na véspera. Bolsas de Nova York vêm da maior queda semanal desde dezembro, pressionadas por dados de inflação e atividade econômica mais fortes que o esperado. Nesta manhã, investidores voltam a precificar taxas de juros mais altas do Federal Reserve .
Segue o debate nas mesas de negociação sobre a magnitude do próximo aumento de juros. Investidores se dividem entre mais uma alta de 0,25 ponto percentual e uma reaceleração para 0,50 p.p. na reunião de março.
No Brasil, o IGP-M saiu levemente abaixo do esperado para fevereiro. Divulgado ontem, indicador da FGV revelou deflação de 0,06% ante consenso de 0,05% de alta. Mas as atenções no mercado brasileiro seguem a questão fiscal e a solução para o preço dos combustíveis.
Desempenho dos indicadores às 7h50 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): + 0,08%
- S&P 500 futuro (Nova York): + 0,07%
- Nasdaq futuro (Nova York): + 0,07%
- FTSE 100 (Londres): - 0,35%
- DAX (Frankfurt): - 0,11%
- CAC 40 (Paris): - 0,01%
- Hang Seng (Hong Kong)*: - 0,79%
Reoneração dos combustíveis: Petrobras pagará o pato?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na véspera com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad , e o presidente da Petrobras , Jean Paul Prates. O prazo da desoneração dos impostos federais sobre os combustíveis encerra nesta terça e uma decisão oficial sobre a questão, como a edição de uma nova medida provisória, pode ser adotada ainda hoje.
Segundo fontes do G1, deverá sair entre hoje e amanhã uma MP que prevê a volta gradual dos impostos sobre gasolina e etanol. As alíquotas, no entanto, serão diferentes. A gasolina, por ser um combustível fóssil, deverá ter um imposto maior. Ainda de acordo com o portal, a arrecadação de R$ 28 bilhões com os impostos sobre combustíveis, prevista no início do ano, será mantida.
Embora positiva do ponto de vista fiscal, a volta dos impostos tende a pressionar a inflação. Mas o maior ponto de atenção no mercado é a possibilidade de a reoneração ser compensada por redução de preços por parte da Petrobras, o que se traduziria em uma receita menor para a estatal.
A possibilidade foi aventada na véspera pelo ministro Haddad. Segundo ele, porém, o barateamento dos combustíveis pela Petrobras não deve alterar sua política de preços, considerada sagrada pelos investidores. "A atual política de preços da Petrobras tem um colchão que permite aumentar ou diminuir imposto dos combustíveis e ele [esse colchão] pode ser utilizado", disse.
Taxa de desemprego
Além de uma possível resolução para os combustíveis, economistas aguardam nesta terça a divulgação da Pnad Contínua, que irá revelar o quadro do mercado de trabalho brasileiro. A expectativa para a taxa de desemprego é de manutenção do patamar anterior de 8,1%.
Agenda de balanços
Investidores deverão repercutir no pregão desta terça os últimos resultados do quarto trimestre. GPA, AES Brasil e EDP Brasil divulgaram seus respectivos balanços na noite passada. Para após o encerramento do pregão de hoje, são aguardados os resultados da Suzano, Cosan, Iguatemi e BRF.