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Petrobras caminha para revisão de plano estratégico sob Lula

Presidente eleito tem defendido que a estatal invista mais para se preparar para a transição energética e para que o Brasil se torne autossuficiente em refino

Petrobras: segundo equipe dop novo governo atual plano estartégico é insuficiente para fortalecer a atuação da empresa em setores prioritários como refino e biocombustíveis (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)

Petrobras: segundo equipe dop novo governo atual plano estartégico é insuficiente para fortalecer a atuação da empresa em setores prioritários como refino e biocombustíveis (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 21 de dezembro de 2022 às 19h35.

A nova gestão da Petrobras deve realizar uma revisão do plano de negócios da gigante do petróleo em um prazo estimado de 60 dias para alinhá-lo com as políticas públicas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, segundo recomendações da equipe de transição do novo governo.

Os especialistas em energia da equipe de Lula concluíram que o atual plano estratégico de US$ 78 bilhões para cinco anos é insuficiente para fortalecer a atuação da empresa em setores prioritários como refino e biocombustíveis, de acordo com uma pessoa a par das recomendações do grupo.

O grupo também defende que o Congresso aprove um fundo de estabilização para aliviar choques de preços de combustíveis durante eventos como a invasão da Ucrânia pela Rússia, com a estruturação do fundo em três meses, segundo a pessoa. As recomendações ainda podem ser alteradas antes de serem enviadas ao ministério de minas e energia para consideração formal, segundo a fonte.

O coordenador do grupo de trabalho de Minas e Energia da transição de governo, Mauricio Tolmasquim, não comentou quais serão as recomendações formais do grupo.

Os investimentos no parque de refino visam reduzir urgentemente a dependência do Brasil de diesel e gasolina importados, e um plano nacional pode incluir instalações administradas pela Petrobras e privadas. O grupo sugere que o Ministério de Minas e Energia, o BNDES e o Ministério da Indústria trabalhem em um plano de expansão do refino com a Petrobras.

Lula tem defendido que a Petrobras invista mais para se preparar para a transição energética e para que o Brasil se torne autossuficiente em refino, uma mudança relevante ante às políticas atuais que se concentram em maximizar os lucros de campos gigantescos de petróleo em águas profundas e desinvestir em negócios menos lucrativos.

Os investidores esperam que a Petrobras turbine os investimentos e reduza os pagamentos recordes de dividendos, e as ações acumulam queda de cerca de 30% desde que Lula foi eleito em 30 de outubro.

A equipe de transição de Lula para a energia inclui os dois principais candidatos ao cargo de presidente da Petrobras - Jean Paul Prates, senador pelo Partido dos Trabalhadores, e Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O relatório do grupo técnico será encaminhado ao próximo ministro de Minas e Energia, ainda não nomeado por Lula, para decisão sobre a adoção das medidas sugeridas.

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