PEC da Transição é entregue, IRB troca de comando, inflação recorde na Europa e o que move o mercado
Proposta deixa Bolsa Família de fora do teto por prazo indefinido e não fixa gastos com o programa
Guilherme Guilherme
Publicado em 17 de novembro de 2022 às 07h44.
Última atualização em 17 de novembro de 2022 às 08h44.
O mercado brasileiro deve repercutir nesta quinta-feira, 17, a PEC da Transição entregue pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin ao Senado, na última noite. O texto, que busca viablizar o pagamentos com programas sociais para o próximo ano, propõe que as despesas com o Bolsa Família sejam mantidas indefinitivamente fora do teto de gastos. A estimativa é de que, ao ano, o gasto extra-teto fique próximo de R$ 200 bilhões.
Na véspera, o Ibovespa caiu mais de 2% e o dólar fechou em alta, com investidores ainda à espera da entrega da PEC. O movimento negativo excedeu o apresentado nas bolsas de Nova York e não conseguiu incorporar as altas do dia anterior. Na terça-feira, 15, novos dados da inflação americana alimentaram o otimismo externo, enquanto o mercado local esteve fechado devido ao feriado.
PEC ilimitada: sem prazo e sem valor
As atenções de investidores, agora, devem se voltar para as negociações da PEC no Senado. Parte das dicussões devem focar no período em que o Bolsa Família se manterá fora do teto. Embora o a equipe de transição tenha proposto mantê-lo de forma definitiva fora da regra de gastos, líderes do centrão defendem o período limite de um ano.
As sinalizações são de que, mesmo que o novo governo não consiga manter o Bolsa Família indefitivamente fora do teto, as negociações poderiam caminhar para um prazo estipulado de quatro anos -- até o fim do período de mandato. Ainda há espaço para surpresas por parte dos montantes que serão deixados de fora do teto, já que, segundo declarações de Alckmin, o texto não propõe um valor específico. O objetivo é de que a proposta seja aprovada até o fim do mês.
Exterior: entre balanços e inflação recorde na Europa
O mercado internacional opera em leve queda na manhã desta quinta, com investidores repercutindo a reta final da temporada de balanços americana e dados de inflação da Europa.
O Índíce de Preço ao Consumidor (IPC) da Zona do Euro, divulgado hoje, ficou em 1,5% para o mês de outubro, exatamente em linha com as projeções do mercado. No comparativo anual, o IPC do bloco registrou uma nova máxima histórica, saltando de 9,9% para 10,6%. Ainda que extremamente alto para o padrão europeu, a boa notícia é de que o número ficou levemente abaixo do consenso, que era de 10,7% de alta anual.
Bolsas europeias chegaram a reagir positivamente aos números da inflação, mas apenas timidamente. Todos os índices da Europa seguem no vermelho nesta manhã.
Desempenho dos indicadores às 7h45 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): - 0,50%
- S&P 500 futuro (Nova York): - 0,51%
- Nasdaq futuro (Nova York): - 0,54%
- DAX (Frankfurt): - 0,07%
- CAC 40 (Paris): - 0,83%
- FTSE 100 (Londres): + 0,61%
- Stoxx 600 (Europa): - 0,23%
- Hang Seng (Hong Kong): - 1,15%
IRB troca de presidente
O IRB Brasil ( IRBR3 ) anunciou na última noite a renúncia de Raphael de Carvalho da presidência da companhia. Carvalho deixa e empresa com as ações próximas da mínima histórica. No último pregão, ainda antes do anúncio, os papéis do IRB desabaram mais de 8% e fecharam a R$ 0,86.
Marcos Pessoa de Queiroz Falcão foi escolhido para ser o novo presidente, passando a acumular de forma interina a vice-presidência da companhia.
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