Os planos do novo CEO da Vale: 'senso de urgência' e foco em produtividade
Gustavo Pimenta falou sobre os planos da companhia em encontro com analistas de bancos, que saíram mais otimistas da reunião
Repórter
Publicado em 10 de outubro de 2024 às 11h41.
Gustavo Pimenta, o novo CEO da Vale (VALE3), reuniu-se com analistas do mercado para apresentar sua visão e metas para a empresa na quarta-feira, 9. Durante o encontro, demonstrou 'um forte senso de urgência' na resolução de questões-chave para a companhia, como o acordo final do caso Samarco e a renovação da concessão da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM).
Segundo os relatórios dos analistas, essas duas pendências representam grandes obstáculos para a Vale e sua resolução traria maior estabilidade e confiança para os investidores.
A conclusão do acordo de Samarco, que envolve questões ambientais e indenizações pelo desastre de 2015, deve ser resolvida até o final de outubro ou início de novembro. Essa resolução é crucial para eliminar incertezas financeiras e jurídicas que pairam sobre a Vale há quase uma década.
Da mesma forma, a renovação da concessão da EFVM, fundamental para o transporte de minério de ferro da companhia, garantirá a continuidade logística.
Os analistas que participaram da reunião ficaram satisfeitos com as declarações de Pimenta.
O Itaú BBA destacou que o novo CEO está “focado em destravar valor no longo prazo”, mencionando a importância de resolver os “ overhangs ” e melhorar as relações institucionais com o governo.
Já o Goldman Sachs ressaltou que Pimenta "traz um novo começo para as relações institucionais", o que poderia reduzir as incertezas que afetam a percepção dos investidores. O BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame) também elogiou a postura do executivo, apontando uma "senso de urgência" em acelerar os ajustes necessários para o crescimento da empresa.
Foco na produção
Além de abordar esses desafios, Pimenta previu um aumento de produção de minério de ferro para até 350 milhões de toneladas por ano (ante 321 milhões de toneladas em 2023) até 2026, com foco em melhorar a qualidade do produto e reduzir custos.
O foco é trazer eficiência, levando o custo de produção do minério para menos de US$20 por tonelada, o que poderia gerar maior competitividade no mercado internacional, especialmente contra os produtores australianos.
No fim do segundo trimestre, esse indicador estava em US$ 29 por tonelada.
Os analistas veem a promessa de aumento de produção com otimismo, mas ressaltam que a capacidade de execução e a melhoria contínua serão fundamentais para que a Vale atinja esses objetivos.
Segundo o BTG, “a melhoria na eficiência operacional e a produção de produtos de maior qualidade podem destravar valor significativo para a Vale nos próximos anos”.