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O impeachment está totalmente precificado?

Especialistas falam sobre efeito do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff no mercado brasileiro

Dilma Rousseff: o mercado chega à reta final do impeachment apostando no afastamento da presidente, mas sem um consenso sobre o potencial de ganho adicional para os ativos brasileiros (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2016 às 16h53.

O mercado chega à reta final do impeachment apostando no afastamento de Dilma Rousseff , mas sem um consenso sobre o potencial de ganho adicional para os ativos brasileiros.

Afinal, o real já se valorizou 22% este ano e o Ibovespa avançou 64% em dólar, ambos com o melhor desempenho global em suas respectivas classes de ativos, em boa parte antecipando um desfecho da crise política.

O “ponto final nesta novela”, segundo um dos analistas consultado pela Bloomberg, deve trazer alívio e pode gerar reações adicionais. Outros consideram que um rali adicional depende de o impeachment ser aprovado com um placar mais folgado do que o previsto.

Há ainda aqueles que consideram a saída de Dilma já precificada. Uma reação do mercado dependeria da capacidade de o presidente Michel Temer, sem a ”desculpa” da interinidade, pisar no acelerador das reformas e privatizações. Veja a seguir a avaliação dos especialistas.

Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe do Crédit Agricole Indosuez Brasil: “A princípio, o impeachment já deveria estar precificado, mas não se deve descartar algum efeito nos mercados. Tem espaço para todos os ativos brasileiros”. O placar do impeachment deve ter pouca importância para o mercado. “O importante vai ser por um ponto final nesta novela.”

Georgette Boele, estrategista do ABN Amro Bank: “Enquanto o impeachment tem sido largamente antecipado, seu impacto tem sido positivo para os ativos brasileiros. Expectativas com o Fed agora estão em primeiro plano. O foco está no Fed”

Nathan Blanche, sócio-diretor da Tendências Consultoria: “A melhora adicional e o novo avanço na precificação dos ativos como prêmio de risco, câmbio, bolsa etc vão depender das propostas e medidas do governo Temer após a saída definitiva de Dilma, principalmente no âmbito fiscal. O Brasil não tem poupança interna para crescer”. Uma alta dos juros do Fed só terá efeito no dólar se for uma elevação forte, mas a tendência é que seja um aumento gradual

Markus Casal, operador da Ativa Corretora : “Acredito que pode haver alguma euforia, mas pequena. O impeachment está bastante precificado. O que vai definir o rumo do dólar localmente é a força do Temer em aprovar as reformas e externamente os juros do Fed”

Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos: “Depois do impeachment, além de alguma possível reação do mercado por conta do placar da votação, o mais relevante é que se perde a ‘desculpa’ que o governo Temer até então tinha: ‘uma agenda mais firme, mais urgente, não pode ser emplacada por um governo interino’. Este é outro aspecto relevante, e disputas políticas em Brasília, após o impeachment, terão mais impactos nos mercados, a depender de que lado ‘ganhou’ ou ‘perdeu”’

Flávio Serrano, economista-sênior do banco Haitong: “O impeachment deve passar com folga, Temer já mostrou que tem margem ampla no Senado. Já há cobrança do mercado por medidas de ajuste fiscal. À medida que o tempo passa, a cobrança aumenta”

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O mercado chega à reta final do impeachment apostando no afastamento de Dilma Rousseff , mas sem um consenso sobre o potencial de ganho adicional para os ativos brasileiros.

Afinal, o real já se valorizou 22% este ano e o Ibovespa avançou 64% em dólar, ambos com o melhor desempenho global em suas respectivas classes de ativos, em boa parte antecipando um desfecho da crise política.

O “ponto final nesta novela”, segundo um dos analistas consultado pela Bloomberg, deve trazer alívio e pode gerar reações adicionais. Outros consideram que um rali adicional depende de o impeachment ser aprovado com um placar mais folgado do que o previsto.

Há ainda aqueles que consideram a saída de Dilma já precificada. Uma reação do mercado dependeria da capacidade de o presidente Michel Temer, sem a ”desculpa” da interinidade, pisar no acelerador das reformas e privatizações. Veja a seguir a avaliação dos especialistas.

Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe do Crédit Agricole Indosuez Brasil: “A princípio, o impeachment já deveria estar precificado, mas não se deve descartar algum efeito nos mercados. Tem espaço para todos os ativos brasileiros”. O placar do impeachment deve ter pouca importância para o mercado. “O importante vai ser por um ponto final nesta novela.”

Georgette Boele, estrategista do ABN Amro Bank: “Enquanto o impeachment tem sido largamente antecipado, seu impacto tem sido positivo para os ativos brasileiros. Expectativas com o Fed agora estão em primeiro plano. O foco está no Fed”

Nathan Blanche, sócio-diretor da Tendências Consultoria: “A melhora adicional e o novo avanço na precificação dos ativos como prêmio de risco, câmbio, bolsa etc vão depender das propostas e medidas do governo Temer após a saída definitiva de Dilma, principalmente no âmbito fiscal. O Brasil não tem poupança interna para crescer”. Uma alta dos juros do Fed só terá efeito no dólar se for uma elevação forte, mas a tendência é que seja um aumento gradual

Markus Casal, operador da Ativa Corretora : “Acredito que pode haver alguma euforia, mas pequena. O impeachment está bastante precificado. O que vai definir o rumo do dólar localmente é a força do Temer em aprovar as reformas e externamente os juros do Fed”

Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos: “Depois do impeachment, além de alguma possível reação do mercado por conta do placar da votação, o mais relevante é que se perde a ‘desculpa’ que o governo Temer até então tinha: ‘uma agenda mais firme, mais urgente, não pode ser emplacada por um governo interino’. Este é outro aspecto relevante, e disputas políticas em Brasília, após o impeachment, terão mais impactos nos mercados, a depender de que lado ‘ganhou’ ou ‘perdeu”’

Flávio Serrano, economista-sênior do banco Haitong: “O impeachment deve passar com folga, Temer já mostrou que tem margem ampla no Senado. Já há cobrança do mercado por medidas de ajuste fiscal. À medida que o tempo passa, a cobrança aumenta”

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