No radar: Trump com covid e o que mais move o mercado nesta sexta
Dado mais importante do mercado financeiro, relatório americano de empregos será divulgado em meio a clima tenso entre investidores
Guilherme Guilherme
Publicado em 2 de outubro de 2020 às 06h30.
Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 08h51.
Foi com grande surpresa que, a um mês das eleições americanas, os investidores receberam, nesta sexta-feira, 2, a notícia de que o presidente Donald Trump está com coronavírus. No mercado, a reação foi imediata, com os índices futuros americanos aprofundando as perdas, logo após a confirmação de Trump em publicação no Twitter.
Trump
Com o candidato do mercado doente às vésperas das eleições, investidores americanos já falam em fortes perdas nas bolsas globais, após a abertura dos negócios nos Estados Unidos. No Brasil, quando o presidente Jair Bolsonaro foi infectado pela doença, o Ibovespa chegou a cair mais de 1%. Mas, com o presidente da maior economia do mundo, espera-se uma reação ainda mais drástica. “Isso vai induzir nervosismo nos mercados e podemos ver um aumento de 10% nas ações americanas”, afirmou Gary Dugan, Global CIO Office em entrevista à Bloomberg.
Desemprego americano
É nesse clima de tensão que será divulgado nesta manhã o relatório de empregos não-agrícolas (payroll) nos Estados Unidos , considerado o dado econômico mais importante para o mercado financeiro. O último antes das eleições, o relatório de setembro deve apontar para a criação de 850.000 empregos, segundo estimativas de analistas americanos, confirmando o quinto mês de recuperação do mercado de trabalho americano. Mas ainda que as previsões do mercado estejam certas, a taxa de desemprego deve cair apenas de 8,4% para 8,2%, ainda muito distante dos 3,5% de antes da pandemia. Números piores que os esperados podem causar uma aversão ao risco ainda maior no pregão desta sexta.
Produção industrial
No Brasil, o principal dado econômico do dia ficara a cargo da produção industrial de agosto. A expectativa é de crescimento mensal de 3,4%, levando à redução da queda anual de 3% para 2,2%, se aproximando do nível de atividade de 2019.
Petrobras
Apesar do cenário pesado no mercado, a decisão do Supremo Tribunal Federal ( STF ) favorável à venda de refinarias sem o aval do Congresso deve ser comemorada pelos acionistas da Petrobras, que viam no julgamento o elemento chave para a continuação da política de desinvestimento da companha. A reação sobre decisão vinha sendo sentida nas ações da Petrobras ainda com o julgamento em andamento, com os papéis se recuperando, conforme as decisões de ministros do STF. O placar final ficou 6 a 4 para a Petrobras.
Retrospectiva
No último pregão o Ibovespa subiu 0,93% e encerrou em 95.478,52 pontos, acompanhando o cenário externo positivo, enquanto o dólar ainda sentiu os efeitos dos temores fiscais e desentendimentos entre Planalto e Legislativo, subindo 0,68% para 5,654 reais.