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Na contramão do exterior, Bovespa cai por elétricas

Apesar dos ganhos das Bolsas globais por menos preocupações quanto ao Chipre, o Ibovespa fechou em baixa pressionado pelo setor elétrico, com destaque para Cemig e Petrobras


	Bolsa: Ibovespa terminou com perda de 0,59%.
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bolsa: Ibovespa terminou com perda de 0,59%. (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2013 às 18h32.

São Paulo - A Bovespa segue descolada do mercado internacional. Apesar dos ganhos das Bolsas globais com menos preocupações quanto ao Chipre, o Ibovespa encerrou em baixa nesta quarta-feira, pressionado pelo setor elétrico, com destaque para papéis da Cemig e da Petrobras. Vale e OGX subiram, mas a alta foi insuficiente para conduzir a Bolsa ao terreno positivo.

O Ibovespa terminou com perda de 0,59%, aos 56.030,03 pontos. Na mínima, registrou 55.831 pontos (-0,94%) e, na máxima, 56.396 pontos (+0,06%). No mês, acumula perda de 2,43% e, no ano, de 8,08%. O giro financeiro totalizou R$ 7,747 bilhões. Os dados são preliminares.

"Petrobras e o setor elétrico seguraram o Ibovespa no vermelho", afirmou um operador, dizendo-se desolado pelo comportamento da Bolsa doméstica, na contramão dos mercados acionários internacionais.

A Cemig foi o catalisador negativo do setor elétrico. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reduziu a base de remuneração da companhia para o terceiro ciclo de revisão tarifária e trouxe a preocupação de que isso acontecerá com outras distribuidoras. O temor de ingerência política, muito falado à época das regras de renovação das concessões, voltou a penalizar os papéis e afetou também a Petrobras.

As ações da estatal do petróleo caíram 1,26% na ON e 1,31% na PN, diante dessa leitura de influência política sobre a empresa e depois que o JPMorgan reduziu o preço-alvo dos ADRs da companhia, de US$ 24 para US$ 22. Os ganhos acumulados neste mês também teriam motivado uma realização de lucros, conforme operadores.

Cemig PN desabou 13,95%, a maior baixa do índice.

No exterior, a recusa do Parlamento do Chipre em aprovar o confisco de parte dos depósitos nos bancos do país trouxe alívio para os investidores e as Bolsas europeias subiram. A alta se fiou ainda na esperança de que a Rússia possa contribuir com um acordo de ajuda financeira para a ilha.

Nos Estados Unidos, o sinal positivo europeu ecoou desde cedo e foi reforçado à tarde pelo resultado da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), quando os índices foram às máximas. No final, entretanto, registraram altas um pouco menores, de 0,39% no Dow, de 0,67% no S&P 500 e de 0,78% para o Nasdaq. O Fed sinalizou que a política de taxa de juros deve seguir inalterada até que o desemprego recue para 6,5% e a inflação suba para 2,5%.

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