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Minoritários se articulam para contestar Techint-Usiminas

Pelos termos da operação anunciada na segunda-feira, a Ternium, controlada da Techint, vai pagar 36 reais por ação ordinária da Usiminas

Bobina da Usiminas (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2011 às 18h58.

São Paulo - Investidores estão se articulando para tentar obrigar a Techint a oferecer aos minoritários da Usiminas condições semelhantes às usadas para adquirir 27,7 por cento das ações ordinárias da produtora de aço que fazem parte do bloco de controle.

"Tem uma movimentação para exigir o tag along", disse nesta quarta-feira o presidente-executivo da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), Edison Garcia.

Pelos termos da operação anunciada na segunda-feira, a Ternium, controlada da Techint, vai pagar 36 reais por ação ordinária da Usiminas junto com sua subsidiária argentina Siderar e a brasileira TenarisConfab --um prêmio superior a 80 por cento sobre o valor de fechamento do papel na Bovespa na última sexta-feira.

Esse lote de ações foi vendido por Camargo Corrêa e Votorantim, que formavam com a japonesa Nippon Steel e a Caixa dos Empregados da Usiminas o bloco de controle da Usiminas. A opção de pagar o mesmo preço pelas ações dos minoritários não foi oferecida.

Segundo Garcia, uma linha de contestação vai pedir que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) considere a operação com características semelhantes às da ArcelorMittal, que foi obrigada pelo órgão regulador a fazer oferta pública aos minoritários da Arcelor Brasil, em 2007.


O presidente da regional paulista da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-SP), Reginaldo Alexandre, confirmou que minoritários estão discutindo alternativas para exigir o que consideram seus direitos no negócio.

"Os investidores estão avaliando como fazer, porque a operação toda tem uma estrutura legal que precisa ser analisada," disse ele à Reuters. "Mas o negócio todo é um prato cheio para contestação", completou.

Embora entendam que a operação é lesiva aos minoritários, representantes do setor mostram visões distintas sobre o assunto e indicam que uma contestação formal do negócio pode demorar.

Para o gestor de renda variável da Opus Gestão de Recursos, Mauro Cunha, há poucas chances de a CVM dar parecer similar ao da ArcelorMittal no caso Techint-Usiminas, embora entenda também que os minoritários deveriam ter direito a tag along.

"Isso não vai mudar enquanto não tiver uma postura diferente da CVM", criticou. Segundo ele, mesmo com a legislação societária atual, o órgão regulador pode ter uma postura mais ativa para garantir isonomia de direitos entre acionistas. "A jurisprudência é que está errada."

De acordo com Alexsandro Broedel Lopes, diretor da CVM, a proposta da Techint por um pedaço da Usiminas ainda não chegou ao órgão regulador, que pode intervir na operação se entender que há alguma irregularidade, mesmo que não haja uma queixa formal dos minoritários.

Nesta sexta-feira, enquanto o Ibovespa subiu 2,85 por cento, a ação ordinária da siderúrgica mineira caiu 1,11 por cento, a 17,80 reais, no oitavo dia seguido de queda. Desde o dia 21, em meio a rumores de que havia uma movimentação da Techint para adquirir uma posição na Usiminas, o papel já desabou mais de 20 por cento.

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São Paulo - Investidores estão se articulando para tentar obrigar a Techint a oferecer aos minoritários da Usiminas condições semelhantes às usadas para adquirir 27,7 por cento das ações ordinárias da produtora de aço que fazem parte do bloco de controle.

"Tem uma movimentação para exigir o tag along", disse nesta quarta-feira o presidente-executivo da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), Edison Garcia.

Pelos termos da operação anunciada na segunda-feira, a Ternium, controlada da Techint, vai pagar 36 reais por ação ordinária da Usiminas junto com sua subsidiária argentina Siderar e a brasileira TenarisConfab --um prêmio superior a 80 por cento sobre o valor de fechamento do papel na Bovespa na última sexta-feira.

Esse lote de ações foi vendido por Camargo Corrêa e Votorantim, que formavam com a japonesa Nippon Steel e a Caixa dos Empregados da Usiminas o bloco de controle da Usiminas. A opção de pagar o mesmo preço pelas ações dos minoritários não foi oferecida.

Segundo Garcia, uma linha de contestação vai pedir que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) considere a operação com características semelhantes às da ArcelorMittal, que foi obrigada pelo órgão regulador a fazer oferta pública aos minoritários da Arcelor Brasil, em 2007.


O presidente da regional paulista da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-SP), Reginaldo Alexandre, confirmou que minoritários estão discutindo alternativas para exigir o que consideram seus direitos no negócio.

"Os investidores estão avaliando como fazer, porque a operação toda tem uma estrutura legal que precisa ser analisada," disse ele à Reuters. "Mas o negócio todo é um prato cheio para contestação", completou.

Embora entendam que a operação é lesiva aos minoritários, representantes do setor mostram visões distintas sobre o assunto e indicam que uma contestação formal do negócio pode demorar.

Para o gestor de renda variável da Opus Gestão de Recursos, Mauro Cunha, há poucas chances de a CVM dar parecer similar ao da ArcelorMittal no caso Techint-Usiminas, embora entenda também que os minoritários deveriam ter direito a tag along.

"Isso não vai mudar enquanto não tiver uma postura diferente da CVM", criticou. Segundo ele, mesmo com a legislação societária atual, o órgão regulador pode ter uma postura mais ativa para garantir isonomia de direitos entre acionistas. "A jurisprudência é que está errada."

De acordo com Alexsandro Broedel Lopes, diretor da CVM, a proposta da Techint por um pedaço da Usiminas ainda não chegou ao órgão regulador, que pode intervir na operação se entender que há alguma irregularidade, mesmo que não haja uma queixa formal dos minoritários.

Nesta sexta-feira, enquanto o Ibovespa subiu 2,85 por cento, a ação ordinária da siderúrgica mineira caiu 1,11 por cento, a 17,80 reais, no oitavo dia seguido de queda. Desde o dia 21, em meio a rumores de que havia uma movimentação da Techint para adquirir uma posição na Usiminas, o papel já desabou mais de 20 por cento.

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