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Metade das empresas que fizeram IPO neste ano está com ações no negativo

Das ações listadas há mais de um mês, 5 de 8 acumulam queda no ano, embora somente três tenham sido negociadas com desvalorização

IPO da Moura Dubeux: ações da companhia acumulam mais de 50% de queda (Cauê Diniz/Divulgação)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 11 de setembro de 2020 às 14h30.

Última atualização em 11 de setembro de 2020 às 20h33.

As ações da rede de pet shops Petz começaram a ser negociadas na B3 nesta sexta-feira, 11, chegando a superar 10% de valorização para aqueles que fizeram a compra direta dos papéis. Mas comprar primeiro nem sempre é sinônimo de comprar.

Das 12 empresas que fizeram oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), somente seis ainda são negociadas em alta — já contando com as da Petz. Das ações listadas há pelo menos um mês, cinco de oito acumulam queda, embora somente três tenham fechado o primeiro dia de negociação da bolsa com desvalorização.

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Uma das primeiras a abrir o capital neste ano, as ações da empresa de serviços industriais Priner disparou 31,7% no primeiro dia de negociação e chegaram a bater 21,46% de alta no pregão seguinte. Mas poucos sabiam que este seria o teto do preço em um longo período. Desde a máxima, os papéis já caíram 43% estão preços inferior ao da precificação no IPO.

O exemplo da construtora Moura Dubeux é ainda mais trágico. Antes mesmo do IPO, no começo de fevereiro, já havia certa reticência no mercado sobre o preço por ação, que acabou sendo precificado em 19,30 reais. Desde então, os papéis da companhia já caíram mais de 50%.

Embora exista alguma ansiedade pelo lançamento, alguns pontos que jogam contra a entrada do investidor no IPO. “O fato de a empresa não ter um logo histórico em bolsa é sempre um risco”, afirma Bruno Lima, analista de renda variável da EXAME Research.

Para Bruno Musa, sócio da Acqua Investimentos, a falta de informação é um dos principais riscos. “É muito mais fácil encontrar informações sobre uma empresa que já tem capital porque ela é obrigada a fornecer. Para encontrar informação sobre uma empresa que está abrindo o capital agora é muito mais difícil. Tem de ler muito antes de comprar”, comenta. “E depois disso, mesmo que a empresa se mostre promissora, é preciso ver se o preço da oferta está valendo. Pode ser que a empresa seja boa, mas não compense.”

Outro ponto levantado por Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, é que, mesmo com uma boa análise, o preparo que as empresas fazem antes de abrir o capital pode causar alguma ilusão. “O IPO é o primeiro dating da empresa com o mercado. Então ela se prepara, segura contrações, reduz custos. Tudo para aparentar mais rentável. Parece que todas empresas que faze IPO vão brilhar, mas não é o que acontece no médio e longo prazo.”

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