Mais mudanças na Natura &Co: depois da venda da Aesop, The Body Shop terá novo CEO

No processo de mudanças dentro da Natura &Co, mais uma novidade foi anunciada pela companhia nesta quarta-feira, 19. Depois da venda da Aesop para L'Oréal, a empresa informou a saída de David Philip Boynton do comando da The Body Shop.

Boynton liderou a marca e a transformação do negócio após a aquisição da The Body Shop da L’Oréal, em 2017. No seu lugar, Ian Martin Bickley foi nomeado como CEO interino.

"Ian irá trabalhar em estreita colaboração com a equipe de liderança executiva da TBS para refinar o plano de negócios atual e a agenda de transformação da unidade, bem como acelerar a estratégia que busca recuperação de rentabilidade e conversão de caixa, assim como o retorno de uma receita sustentável. Ele também trabalhará com a liderança da Natura & Co na busca de um sucessor permanente", diz a empresa em seu comunicado.

Bickley foi o responsável por acelerar o crescimento internacional da Coach e da Crocs e integrava o conselho da Natura &Co, dedicando-se especialmente à marca britânica.

Os desafios da Natura com a The Body Shop

A marca britânica vem sofrendo com a economia em desaceleração na Europa e as mudanças de consumo. A receita líquida da marca caiu 8,4% em moeda constante e quase 21% em reais no quarto trimestre.

Em janeiro de 2023, aempresa anunciou o fechamento dos negócios da The Body Shop at Home nos Estados Unidos e o centro de distribuição exclusivo no Reino Unido, dada a mudança econômica do canal. Em fevereiro, foi anunciada uma reestruturação da gestão global, reduzindo posições de liderança em 25%, assim como uma redução de 12% no restante das despesas da equipe global.

Gestores de mercado ouvidos pela EXAME Invest apontam a marca como uma potencial nova venda do grupo, que deve se concentrar, cada vez mais, nas operações da Natura &Co Latam, gerida por João Paulo Ferreira e que reúne as operações da Avon e da Natura na América Latina. O grande desafio, no entanto, é encontrar compradores para os negócios da The Body Shop e da Avon Internacional, que têm visto as vendas caírem e as margens seguirem machucadas.