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Maioria das Bolsas de NY recua, sob contágio da Europa

Impasse político na Itália ganhou destaque, somado às incertezas que rondam o resgate internacional ao Chipre, pressionando os mercados acionários


	Wall Street: O Dow Jones fechou a 14.526,16 pontos. O S&P 500 terminou a 1.562,85 pontos e o Nasdaq encerrou a 3.256,52 pontos. (©AFP / Stan Honda)

Wall Street: O Dow Jones fechou a 14.526,16 pontos. O S&P 500 terminou a 1.562,85 pontos e o Nasdaq encerrou a 3.256,52 pontos. (©AFP / Stan Honda)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2013 às 18h17.

Nova York - As Bolsas de Nova York se recuperaram de boa parte das perdas no dia, mas fecharam a sessão majoritariamente em baixa. O impasse político na Itália ganhou destaque nesta sessão e se juntou às incertezas que rondam o resgate internacional ao Chipre, pressionando os mercados acionários.

O Dow Jones perdeu 33,49 pontos (0,23%) e fechou a 14.526,16 pontos. O S&P 500 recuou 0,92 ponto (0,06%) e terminou a 1.562,85 pontos, após tocar brevemente o território positivo no fim da sessão. O Nasdaq encerrou com alta de 4,04 pontos (0,12%), a 3.256,52 pontos. Para cada três ações que subiram, quase quatro caíram na New York Stock Exchange, onde 323 milhões de papéis foram negociados, volume menor do que nos últimos dias.

A recuperação que levou o Nasdaq a inverter a direção e o S&P 500 a resvalar no azul destaca a tendência recente de fortalecimento dos índices durante o pregão. Para alguns investidores, é um sinal de que o mercado de ações norte-americano continua atrativo, em meio às incertezas na Europa. A leve queda do S&P ainda manteve o índice próximo de sua máxima história, de 1.565,15 pontos, atingida em 9 de outubro de 2007. Foi o sétimo dia entre as últimas dez sessões que o índice opera a menos de cinco pontos do seu recorde, sem conseguir alcançá-lo.

As Bolsas dos EUA acompanharam o pessimismo na Europa, onde os índices também fecharam em baixa. Apesar de ainda pesarem as incertezas sobre o pacote de resgate ao Chipre, que deve adotar inéditos controles de capital, a Itália é o país europeu que mais pressionou os mercados. A razão é o fracasso do líder da coalizão de centro-esquerda do país, Pier Luigi Bersani, em formar uma aliança de governo, após ter seu pedido de apoio rejeitado pelo Movimento Cinco Estrelas. O próprio Bersani excluiu a possibilidade de formar uma grande coalizão com o grupo de centro-direita liderado pelo ex-premiê Silvio Berlusconi, deixando-o sem opções.

Além disso, repercutiu particularmente mal no mercado suas declarações desanimadoras. "Apenas uma pessoa insana gostaria de governar este país, que está uma bagunça", disse Bersani. Ele afirmou também que deixará a decisão final sobre a formação do governo para o presidente italiano, Giorgio Napolitano.

Os investidores também continuam atentos ao Chipre, que está preparando um plano agressivo de controle de capitais para limitar o fluxo de saída de recursos do país, segundo um decreto relatado por fontes ao Wall Street Journal. As medidas serão válidas por uma semana a partir desta quinta-feira (28) e determinam a suspensão de todas as transações "non-cash" - aquelas em que não ocorre desembolso de dinheiro - para fora do país. "Os mercados dos EUA parecem querer subir, mas a Europa ainda atrapalha", afirmou Michael Shea, da Direct Access Partners.

Ao longo do dia, nos EUA, houve discursos de uma série de autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central do país). Ambos membros votantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), Eric Rosengren (presidente do Fed de Boston) e Charles Evans (presidente do Fed de Chicago) defenderam a política acomodatícia do Fed e afirmaram que as compras de bônus devem continuar durante todo o ano. Evans ainda afirmou que o fim das compras está "num futuro bem distante".

A maior expectativa é para a divulgação, na quinta-feira, da terceira e última revisão do PIB do quarto trimestre de 2012. Espera-se que haja um ligeiro ajuste para cima em relação ao crescimento de 0,1% apresentado na segunda revisão. A previsão agora é de expansão de 0,5%. Em dia de agenda de indicadores praticamente vazia, o destaque foi o recuo nas vendas pendentes de imóveis, que caíram 0,4% em fevereiro ante janeiro, um pouco mais que a previsão de queda de 0,3%. O índice, no entanto, continua próximo do maior nível desde abril de 2010.

"Estamos em um lugar melhor do que o resto do mundo neste momento", disse Dan Peirce, da State Street Global Advisors. "Os EUA estão OK, e OK parece muito bom agora."

No noticiário corporativo, as ações da Apple recuaram 2% após a empresa ter que comparecer em um tribunal da China em meio a acusações relacionadas aos seus softwares de reconhecimento de voz. As informações são da Dow Jones.

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