Lula discute desoneração do combustível, Focus, Magalu, Alliar e o que mais move o mercado
Bolsas avançam no exterior em efeito rebote após registrarem duras perdas na semana passada
Repórter
Publicado em 27 de fevereiro de 2023 às 07h52.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2023 às 17h05.
Bolsas internacionais operam em firme alta nesta segunda-feira, 27, após terem registrado fortes quedas na semana passada por dados de inflação e atividade econômica mais fortes nos Estados Unidos. Os índices americanos S&P 500 e Nasdaq registraram suas maiores quedas semanais desde dezembro, caindo 2,67% e 3,33%, respectivamente.
Entre os dados que pioraram o humor do mercado foram os Preços sobre Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), divulgados na sexta-feira. Considerado o termômetro de inflação do Federal Reserve, o PCE saiu acima do esperado para o mês de janeiro, levando investidores a precificar juros mais altos nos Estados Unidos. O movimento provocou perdas em bolsas do mundo inteiro. No Brasil, o Ibovespa caiu 1,67% no último pregão.
Desempenho dos indicadores às 7h50 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): + 0,41%
- S&P 500 futuro (Nova York): + 0,48%
- Nasdaq futuro (Nova York): + 0,51%
- FTSE 100 (Londres): + 0,81%
- DAX (Frankfurt): + 1,51%
- CAC 40 (Paris): + 1,59%
- Hang Seng (Hong Kong)*: - 0,26%
Focus
Mas não é apenas nos Estados Unidos que a inflação tem preocupado. Por aqui, números do IPCA-15 de fevereiro também superaram as estimativas. O dado acima do consenso deve pressionar ainda mais as estimativas de inflação do boletim Focus, que tem sofrido contínuas revisões negativas. Na divulgação da última semana, o mercado revisou o IPCA de 2023 para 5,89%. As projeções para os próximos três anos também foram ajustadas para cima. Os números do Focus serão atualizados nesta segunda.
O mercado também aguarda nesta segunda a publicação do IGP-M, medidor de inflação da FGV, referente ao mês de fevereiro. O consenso para a divulgação é de uma leve alta de 0,05% frente ao mês passado.
Desoneração dos combustíveis
No cerne das dicussões sobre a inflação brasileira estão os debates sobre a desoneração de impostos federais sobre os combustíveis. O ministério da Fazenda tem defendido da medida, que iniciou no governo de Jair Bolsonaro e foi prorrogada para o fim de fevereiro. Pelos termos atuais, a desoneração termina nesta terça-feira, 28. Mas a ala política do governo defende sua manutenção.
A volta dos impostos deve pressionar a inflação no curto prazo, por outro lado, serviria como uma sinalização positiva do ponto de vista fiscal. A Fazenda estima que, com a desoneração, o governo deixa de arrecadar cerca de R$ 30 bilhões no ano.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá discutir o tema nesta manhã, em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Lula terá que decidir entre a ala econômica e a ala política.
Recompra do Magalu
O Magazine Luiza anunciou a criação de um novo programa de recompra de 40 milhões de ações, o equivalente a 1,39% dos papéis em livre circulação. O prazo máximo para a recompra será de 18 meses. A companhia também informou ter encerrado seu programa anterior, também de 40 milhões de ações, iniciado em agosto de 2021. O preço médio por ação adquirida foi de R$ 16,14. Atualmente, os papéis da empresa estão cotados a R$ 3,61.
OPA da Alliar não vai adiante
A CVM negou o pedido de Oferta Pública de Aquisição da Alliar requisitado pelo fundo Fonte de Saúde FIP Multiestratégia. O fundo é ligado ao empresário Nelson Tanure e é o controlador da companhia. O pedido foi negado, segundo a CVM pela não entrega do "contrato de intermediação da OPA devidamente assinado, juntamente com os documentos que comprovem de forma inequívoca a capacidade de se realizar a garantia da liquidação financeira da Oferta". A CVM havia aceitado, em janeiro, prorrogar o prazo para a entrega dos documentos, que se encerrou em 13 de fevereiro.
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