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Lucro da Stone cresce 54% com aumento de volume processado e market share

Apesar das transações por cartões ainda dominarem, o crescimento do volume transacionado por PIX foi de 164,5% na comparação anual

Stone: lucro cresce 54% no segundo trimestre de 2024 na comparação anual (Divulgação/Stone)
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 14 de agosto de 2024 às 17h08.

Última atualização em 14 de agosto de 2024 às 17h32.

A Stone (NASDAQ: STNE) divulgou nesta quarta-feira, 14, que registrou um lucro líquido ajustado de R$ 497 milhões no segundo trimestre de 2024, aumento de 54% em relação ao mesmo período do ano passado.[/grifar] Um dos impulsionadores do lucro foi o aumento de volume processado nas maquininhas de cartão.

O volume total processado (TPV) dos clientes MPME (micro, pequenas e médias empresas) cresceu 24,6% na comparação anual, para R$ 109,3 bilhões. “À medida que conseguimos manter um passo de crescimento acima do mercado, significa que conseguimos ganhar share em relação aos nossos concorrentes”, comenta Lia Matos, diretora estratégica, em coletiva para jornalistas.

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Quando destrinchado, o TPV de cartões foi de R$ 97,8 bilhões enquanto o TPV de PIX por QR Code foi de R$ 11,5 bilhões.Apesar dos pagamentos por cartões ainda dominarem, o crescimento do volume transacionado por PIX foi de 164,5% na comparação anual, enquanto o de cartão foi 17,4%.“A evolução do PIX tem sido muito relevante no mercado e para nós.”

Segundo a executiva, junto a um maior TVP houve uma monetização maior resultante da estratégia de precificação em adquirência e da evolução de soluções de banking e crédito. A plataforma de Banking alcançou a marca dos R$ 6,5 bilhões em depósitos, aumento de 65% em comparação ao mesmo período de 2023. Na solução de crédito, os produtos Capital de Giro e Cartão de Crédito cresceram 32% trimestre contra trimestre, atingindo uma carteira de R$ 712 milhões.A receita total atingiu R$ 3,2 bilhões, avanço de 8% ano contra ano.

A junção dos resultados também foi um crescimento no aumento de take rate (taxa de transação das operações nas máquinas) de MPME.O segmento apresentou aumento de 7 pontos-base no take rate ano contra ano para 2,54%.O resultado foi um ganho no EBT ajustado para R$ 652 milhões, aumento de 46% em relação ao segundo trimestre de 2023, com a margem EBT ajustada em 20,3%.

Mateus Schwening, CFO da Stone, também comenta sobre o plano de recompra de ações que acaba de finalizar. “Em meio a um cenário macroeconômico mais difícil, vimos uma oportunidade de alocar capital, recomprando ações, porque achamos que é uma alternativa boa de retorno para nossos acionistas.” A Stone anunciou uma recompra no valor de R$ 270 milhões no segundo trimestre e, em julho, houve um adicional de R$ 724 milhões, finalizando o programa de recompra de R$ 1 bilhão anunciado no ano passado.

Ganho de market share

De acordo com a executiva, o crescimento de volume vem, principalmente, de ganho de market share. “Significa tirar clientes da concorrência para dentro do nosso ecossistema. Essa é nossa realidade desde que a Stone nasceu, sempre foi a dinâmica competitiva do mercado.” Segundo reportado no balanço, a base de clientes MPME cresceu 30% na comparação anual, chegando a 3,9 milhões de clientes ativos de pagamentos.

Mas a dinâmica é diferente para micro e PMEs. Matos explica que nos últimos dois anos, a Stone tem feito um movimento em capturar clientes maiores dentro do segmento de pequenos e médios. Para isso, dentro dos polos de vendas, criaram um modelo de venda especializada para atender esse cliente mais sofisticado.

Já na estratégia para micros, é derivada da proposta do Ton. “A dinâmica é muito competitiva aqui, porque é pública, sabemos minuto a minuto o que cada concorrente tem feito, e temos sido capaz de pensarmos estratégias de marketing e promocionais para mantermos um crescimento consistente nesse segmento. Mas não tem nenhuma grande novidade, não vemos uma participação de novos entrantes se tornando super relevante.”

Qualidade da carteira

Em relação a qualidade da carteira de crédito, o CFO explica que a empresa esperava uma perda de 10% na rentabilidade da carteira, mas como o modelo de crédito era novo, inicialmente provisionou 20%. Agora, neste trimestre, esse provisionamento foi reduzido para 18%, indicando uma tendência de melhoria.De acordo com Schwening, o NPL 90 no segundo trimestre de 2024 foi de 2,6%, enquanto o NPL 15/90 foi de 2,9%.

“Eu acredito que ainda temos uma carteira muito pequena frente a indústria, então nossa evolução do crédito é menos limitada pela macroeconômica e mais pelo nosso apetite ao risco interno. Mas esse crescimento [da carteira] não vai ser linear, estamos fazendo uma série de testes para conseguirmos evoluir, mas vamos depender dos resultados virem positivos.”

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