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Levy, da BRAM, aposta em ações de infraestrutura e transporte

Economista acredita que o governo deve facilitar os investimentos privados nas áreas devido às obras para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos

Aeroporto de Natal: Levy acredita em investimentos em aeroportos, estradas e infraestrutura (Demis Roussos/ Arquivo)
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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 16h45.

São Paulo - As empresas de infraestrutura, transporte e logística são as mais promissoras do mercado acionário brasileiro com o aumento do investimento nesses setores, disse Joaquim Levy, estrategista da BRAM Bradesco Asset Management SA DTVM.

“Há um claro comprometimento do governo em facilitar a participação do setor privado nessas áreas, então estou bastante ‘bullish’”, disse Levy, em entrevista hoje na Bloomberg em São Paulo. “A parte de transporte e logística continua sendo um setor com muito potencial, porque é fundamental para a gente continuar crescendo”.

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O governo tem planos de investir R$ 955 bilhões nos próximos quatro anos para modernizar aeroportos, melhorar as estradas e realizar investimentos de infraestrutura para receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. A economia brasileira, a maior da América Latina, cresceu 7,5 por cento no ano passado, o maior nível em mais de duas décadas. Economistas que acompanham o País projetam que o ritmo de expansão irá se desacelerar para 4,03 por cento este ano, segundo a pesquisa semanal Focus divulgada hoje pelo Banco Central.

O índice Ibovespa negocia a 10,6 vezes seu preço pelo lucro projetado de suas empresas, abaixo do da relação de 14,1 da bolsa mexicana, segundo dados da Bloomberg. O chinês Shanghai SE Composite tem um múltiplo de 13,7 para o mesmo indicador. O S&P 500, de papéis negociados em Nova York, tem uma relação preço sobre lucro de 13,4 vezes.

Bens de consumo

Levy também destacou o setor de bens de consumo, que deve se beneficiar da demanda doméstica que continua com perspectivas “muito positivas”. O desempenho desse setor, no entanto, deve ser mais moderado do que o visto no ano passado, disse Levy. O risco de os preços de commodities caírem tem um impacto “limitado” no mercado acionário brasileiro, disse Levy, que ajuda a administrar R$ 181 bilhões em ativos na terceira maior gestora de recursos brasileira, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

Na renda fixa, o cenário é mais “neutro”, com investidores esperando quais serão os próximos passos do governo brasileiro para conter a inflação, segundo Levy.

“Temos que superar a questão da inflação para dar sinais claros para os investidores,” disse Levy. “Em renda fixa, acho que muitas pessoas vão preferir estar neutras.”

O terremoto seguido de tsunami no Japão não abala a confiança nas empresas brasileiras, disse Levy.

“Mesmo com impacto do Japão, acredito que, tanto no nível global quanto na economia doméstica, a gente tem perspectivas muito favoráveis para o investimento.”

Levy assumiu o cargo de diretor de gestão e estratégia da área de administração de recursos do Banco Bradesco SA, o segundo maior no País em valor de mercado, em junho. Antes disso, ele ocupou o cargo de secretário de Finanças do Estado do Rio de Janeiro e também foi secretário do Tesouro Nacional durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 2003 a 2007.

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