Juros sobem e mercado reforça apostas em alta da Selic
As apostas do mercado de que a taxa básica será elevada em abril e maio aumentaram, elevando as taxas dos contratos futuros
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2013 às 17h42.
A retirada da expressão "suficientemente prolongado" do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) disparou um movimento de alta das taxas dos contratos futuros de juros nesta quinta-feira.
No entendimento de boa parte do mercado, as mudanças no comunicado do Banco Central (BC) indicaram que a elevação da Selic está perto - restando apenas saber quando. Neste cenário, os investidores reforçaram as apostas de que a taxa básica de juros, mantida na noite passada pelo Copom em 7,25% ao ano, será elevada em abril e em maio.
No fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro com vencimento em julho de 2013 (1.414.790 contratos negociados) estava em 7,23%, ante 7,21% do fechamento da quarta-feira. O contrato de janeiro de 2014 (1.112.650 contratos) marcava 7,79%, ante 7,67%, enquanto o DI para janeiro de 2015 (502.400 contratos) tinha taxa de 8,48%, ante 8,35%.
Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 (147.125 contratos) estava em 9,10%, ante 8,98%, e o DI para janeiro de 2021 (17.345 contratos) tinha taxa de 9,53%, ante 9,43% na véspera. Chamou a atenção o grande volume de contratos negociados, reflexo direto do reposicionamento do mercado em relação aos próximos passos do Copom.
No documento, o BC retirou a expressão que indicava a "estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado" como a "estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta". No lugar, a autoridade monetária afirmou que "irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".
Profissionais lembraram que o comunicado do BC foi idêntico ao publicado em janeiro de 2010, quando a Selic estava em 8,75% ao ano. E, apenas duas reuniões depois, em abril de 2010, o Copom elevou efetivamente a taxa básica de juros, para 9,50% ao ano. No meio do processo, na reunião de março daquele ano, o Copom acrescentou "atentamente" na sequência do "irá monitorar", construindo a frase "o Comitê irá monitorar atentamente a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião".
Esses detalhes formais, conforme analistas, podem sugerir que, na próxima reunião, o BC será mais incisivo no comunicado para só depois, em maio, subir a Selic. Outros profissionais, no entanto, acreditam que a alta virá já em abril.
"Já que (a presidente) Dilma Rousseff autorizou (a alta de juros), já que o governo foi convencido de que é preciso dar um aumento, em função da inflação, por que motivo esperar até maio?", questionou Paulo Petrassi, gerente de renda fixa da Leme Investimentos, que espera duas altas de 50 pontos-base, uma em abril e outra em maio.
Maurício Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ, segue projetando aumento da Selic apenas no fim do ano, apesar de citar a possibilidade de mudança após a ata do Copom, a ser divulgada na quinta-feira (14). "A gente ainda mantém a expectativa de elevar juros no último trimestre. Mas, dependendo da ata, veremos se há necessidade de reavaliar", afirmou, lembrando que os dados de atividade econômica também precisarão ser monitorados.
A equipe econômica do Credit Suisse alterou nesta quinta-feira sua expectativa para a Selic, de estabilidade para uma alta de 1,25 ponto porcentual ao longo deste ano. O Bradesco informou, em seu boletim matinal, que acredita que a Selic seguirá em 7,25% ao ano em 2013, mas ressaltou que aguarda a divulgação da ata do Copom.
Os ajustes em alta dos juros foram favorecidos pelos dados de produção industrial, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em janeiro, a produção subiu 2,5% ante dezembro e avançou 5,7% em relação a janeiro de 2012. O aumento na comparação mensal foi o maior desde março de 2010. Com a atividade mais aquecida, pode não ser necessário manter os juros em 7,25% por mais tempo, tendo em vista a pressão dos preços.
A retirada da expressão "suficientemente prolongado" do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) disparou um movimento de alta das taxas dos contratos futuros de juros nesta quinta-feira.
No entendimento de boa parte do mercado, as mudanças no comunicado do Banco Central (BC) indicaram que a elevação da Selic está perto - restando apenas saber quando. Neste cenário, os investidores reforçaram as apostas de que a taxa básica de juros, mantida na noite passada pelo Copom em 7,25% ao ano, será elevada em abril e em maio.
No fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro com vencimento em julho de 2013 (1.414.790 contratos negociados) estava em 7,23%, ante 7,21% do fechamento da quarta-feira. O contrato de janeiro de 2014 (1.112.650 contratos) marcava 7,79%, ante 7,67%, enquanto o DI para janeiro de 2015 (502.400 contratos) tinha taxa de 8,48%, ante 8,35%.
Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 (147.125 contratos) estava em 9,10%, ante 8,98%, e o DI para janeiro de 2021 (17.345 contratos) tinha taxa de 9,53%, ante 9,43% na véspera. Chamou a atenção o grande volume de contratos negociados, reflexo direto do reposicionamento do mercado em relação aos próximos passos do Copom.
No documento, o BC retirou a expressão que indicava a "estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado" como a "estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta". No lugar, a autoridade monetária afirmou que "irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".
Profissionais lembraram que o comunicado do BC foi idêntico ao publicado em janeiro de 2010, quando a Selic estava em 8,75% ao ano. E, apenas duas reuniões depois, em abril de 2010, o Copom elevou efetivamente a taxa básica de juros, para 9,50% ao ano. No meio do processo, na reunião de março daquele ano, o Copom acrescentou "atentamente" na sequência do "irá monitorar", construindo a frase "o Comitê irá monitorar atentamente a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião".
Esses detalhes formais, conforme analistas, podem sugerir que, na próxima reunião, o BC será mais incisivo no comunicado para só depois, em maio, subir a Selic. Outros profissionais, no entanto, acreditam que a alta virá já em abril.
"Já que (a presidente) Dilma Rousseff autorizou (a alta de juros), já que o governo foi convencido de que é preciso dar um aumento, em função da inflação, por que motivo esperar até maio?", questionou Paulo Petrassi, gerente de renda fixa da Leme Investimentos, que espera duas altas de 50 pontos-base, uma em abril e outra em maio.
Maurício Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ, segue projetando aumento da Selic apenas no fim do ano, apesar de citar a possibilidade de mudança após a ata do Copom, a ser divulgada na quinta-feira (14). "A gente ainda mantém a expectativa de elevar juros no último trimestre. Mas, dependendo da ata, veremos se há necessidade de reavaliar", afirmou, lembrando que os dados de atividade econômica também precisarão ser monitorados.
A equipe econômica do Credit Suisse alterou nesta quinta-feira sua expectativa para a Selic, de estabilidade para uma alta de 1,25 ponto porcentual ao longo deste ano. O Bradesco informou, em seu boletim matinal, que acredita que a Selic seguirá em 7,25% ao ano em 2013, mas ressaltou que aguarda a divulgação da ata do Copom.
Os ajustes em alta dos juros foram favorecidos pelos dados de produção industrial, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em janeiro, a produção subiu 2,5% ante dezembro e avançou 5,7% em relação a janeiro de 2012. O aumento na comparação mensal foi o maior desde março de 2010. Com a atividade mais aquecida, pode não ser necessário manter os juros em 7,25% por mais tempo, tendo em vista a pressão dos preços.