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Juros recuam sob efeito de clima ruim no mercado externo

Nem mesmo a decisão da China de reduzir o compulsório bancário minimizou a forte debandada das ações e commodities, que afetam os juros futuros

A pesquisa Focus divulgada pelo BC nesta segunda-feira apontou um quadro defasado em relação ao embutido na curva em termos de expectativas para o patamar da Selic (Stock.xchng)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2012 às 13h29.

São Paulo - Os mercados internacionais mostram pouca parcimônia e sim um agressivo desinteresse para o risco, uma vez que o impasse político na Grécia prosseguia e ampliava a expectativa de saída do país da zona do euro. Nem mesmo a decisão da China de reduzir o compulsório bancário minimizou a forte debandada das ações e commodities. E a curva doméstica de juros reage a essa conjuntura externa com queda das taxas futuras.

Às 11h52 (horário de Brasília), o contrato futuro para janeiro de 2013 cedia a 7,91%, de 7,95% no ajuste de sexta-feira. O contrato para janeiro de 2014 recuava a 8,37%, de 8,47% no ajuste.

A pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira apontou um quadro defasado em relação ao embutido na curva em termos de expectativas para o patamar da Selic, mas endossa que o juro de um dígito pode continuar em vigor no País até o final de 2013. Os analistas revisaram a previsão de Selic de 10% para 9,5% no final de 2013, enquanto ajustaram a previsão para o corte da taxa nesse ano de 8,5% para 8%.

No exterior, o impasse político na Grécia prosseguia e ampliava a expectativa de saída do país da zona do euro. E mais um guardião do bloco do euro foi igualmente penalizado pela insatisfação da população com as medidas de austeridade. Após os franceses trocarem Nicolas Sarkozy por François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, sofreu, segundo ela própria, uma "derrota amarga" nas eleições regionais de domingo no Estado mais populoso da Alemanha.

Esse frangalho político europeu gera perdas ao redor de 2% nas três principais bolsas da Europa (Londres, Paris e Frankfurt). Com essa queda da confiança, o petróleo WTI era negociado a US$ 94,48 o barril, com baixa de 1,73%, na Nymex eletrônica, às 11h56. Entre as commodities agrícolas, os contratos futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltam a cair. Após o contrato julho da soja fechar em baixa de 3,38% na sexta-feira, esse futuro da commodity perdia 1,92% há pouco.

A soja tem sido uma das principais fiadoras da alta dos IGPs e a Focus apontou uma forte revisão em alta da previsão para as versões desse dado de inflação. A previsão para o IGP-DI subiu de 5,14% para 5,57% em 2012 e de 5,24% para 5,42% no IGP-M deste ano. Para 2013, a perspectiva de alta de 4,90% (IGP-DI) e 5% (IGP-M), respectivamente, foram mantidas.

A pesquisa não indica, porém, que o IPCA será fortemente influenciado por esses aumentos que estão na base da cadeia da produção. No levantamento, a mediana das expectativas para o IPCA neste ano passou de 5,12% para 5,22%. Para 2013, as estimativas caíram de 5,56% para 5,53%. A pesquisa constatou ainda que os analistas trabalham com expansão mais magra da economia. A expansão do PIB em 2012 caiu de 3,23% para 3,20%. Em relação ao câmbio, houve poucas alterações.

Em entrevista no fim de semana ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o juro real vem caindo fortemente no Brasil devido à conjuntura interna e externa. "A Selic vem caindo, levando à significativa redução do juro real, por causa de uma combinação muito específica de fatores internos e externos, e não para agradar à presidenta Dilma", disse.

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Às 11h52 (horário de Brasília), o contrato futuro para janeiro de 2013 cedia a 7,91%, de 7,95% no ajuste de sexta-feira. O contrato para janeiro de 2014 recuava a 8,37%, de 8,47% no ajuste.

A pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira apontou um quadro defasado em relação ao embutido na curva em termos de expectativas para o patamar da Selic, mas endossa que o juro de um dígito pode continuar em vigor no País até o final de 2013. Os analistas revisaram a previsão de Selic de 10% para 9,5% no final de 2013, enquanto ajustaram a previsão para o corte da taxa nesse ano de 8,5% para 8%.

No exterior, o impasse político na Grécia prosseguia e ampliava a expectativa de saída do país da zona do euro. E mais um guardião do bloco do euro foi igualmente penalizado pela insatisfação da população com as medidas de austeridade. Após os franceses trocarem Nicolas Sarkozy por François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, sofreu, segundo ela própria, uma "derrota amarga" nas eleições regionais de domingo no Estado mais populoso da Alemanha.

Esse frangalho político europeu gera perdas ao redor de 2% nas três principais bolsas da Europa (Londres, Paris e Frankfurt). Com essa queda da confiança, o petróleo WTI era negociado a US$ 94,48 o barril, com baixa de 1,73%, na Nymex eletrônica, às 11h56. Entre as commodities agrícolas, os contratos futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltam a cair. Após o contrato julho da soja fechar em baixa de 3,38% na sexta-feira, esse futuro da commodity perdia 1,92% há pouco.

A soja tem sido uma das principais fiadoras da alta dos IGPs e a Focus apontou uma forte revisão em alta da previsão para as versões desse dado de inflação. A previsão para o IGP-DI subiu de 5,14% para 5,57% em 2012 e de 5,24% para 5,42% no IGP-M deste ano. Para 2013, a perspectiva de alta de 4,90% (IGP-DI) e 5% (IGP-M), respectivamente, foram mantidas.

A pesquisa não indica, porém, que o IPCA será fortemente influenciado por esses aumentos que estão na base da cadeia da produção. No levantamento, a mediana das expectativas para o IPCA neste ano passou de 5,12% para 5,22%. Para 2013, as estimativas caíram de 5,56% para 5,53%. A pesquisa constatou ainda que os analistas trabalham com expansão mais magra da economia. A expansão do PIB em 2012 caiu de 3,23% para 3,20%. Em relação ao câmbio, houve poucas alterações.

Em entrevista no fim de semana ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o juro real vem caindo fortemente no Brasil devido à conjuntura interna e externa. "A Selic vem caindo, levando à significativa redução do juro real, por causa de uma combinação muito específica de fatores internos e externos, e não para agradar à presidenta Dilma", disse.

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