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Juros futuros recuam após BC divulgar IBC-Br

Logo na abertura, as taxas futuras chegaram a exibir viés de alta, dando continuidade ao fechamento de terça-feira


	Às 9h35, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2014 projetava taxa de 7,70%, ante ajuste de 7,75% na terça-feira (19)
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Às 9h35, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2014 projetava taxa de 7,70%, ante ajuste de 7,75% na terça-feira (19) (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2013 às 10h18.

São Paulo - O resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta quarta-feira, ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado financeiro em dezembro na comparação com novembro, com ajuste sazonal, e desacelerou na passagem do terceiro trimestre para o quarto trimestre de 2012.

Utilizado como parâmetro para avaliar o desempenho da economia do país, o indicador faz com que os juros futuros recuem nesta manhã, por mostrar uma atividade ainda aquém do esperado.

Porém, a baixa é limitada pela percepção ainda presente de ajuste moderado da Selic à frente, reforçada na terça-feira (19) após declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Logo na abertura, as taxas futuras chegaram a exibir viés de alta, dando continuidade ao fechamento de terça-feira (19). "Pode haver um fator técnico por trás disso", avaliou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do WestLB.

"Apesar de uma alta aparentemente excessiva, nos últimos dias, ainda há ajustes de posições. Assim, um movimento técnico faria com que os DIs se descolassem dos fundamentos", completou. Minutos depois, os DIs passaram a cair.

O IBC-Br subiu 0,26% em dezembro em relação ao mês anterior, abaixo do crescimento de 0,57% registrado em novembro ante outubro (dado revisado), na série com ajuste sazonal, informou BC.

A alta ficou abaixo da mediana das projeções das instituições do mercado financeiro consultadas pelo AE Projeções (+0,30%) e dentro do intervalo das estimativas (-0,10% A +0,50%). Na comparação com dezembro de 2011, houve expansão de 1,19%, na série sem ajustes sazonais (mediana de +1,40%, a partir do intervalo entre +0,70% e +2,20%).


No quarto trimestre, o IBC-Br mostrou expansão de 0,62%, abaixo da alta de 1,12% no trimestre anterior. Em 2012, o indicador de atividade econômica do BC subiu 1,64%, no dado sem ajuste sazonal, dentro do intervalo das projeções (+1,35% a +1,70%) e acima mediana, de +1,60%.

Rostagno, do WestLB, ressaltou que "o IBC-Br sugere que a economia não deve ter ganho muita força em relação ao terceiro trimestre". Porém, "da mesma forma que o índice referente ao terceiro trimestre superestimou o resultado do PIB do mesmo período pode, agora, subestimar por causa do desempenho do setor de serviços".

No terceiro trimestre, lembrou o economista, o IBC-Br não captou o desempenho fraco do setor financeiro. "Esse setor deve se recuperar no quarto trimestre e o IBC-Br não deve ter captado isso tão bem", afirmou, acrescentando que a economia brasileira tende a crescer, em sua avaliação, um pouco mais do que o sugerido pelo IBC-Br. "De qualquer forma, não dá para esperar crescimento brilhante. Deve ficar entre 0,6% e 1% no quarto trimestre de 2012", completou.

Na terça-feira (19), as taxas futuras fecharam em alta, com os investidores mantendo firmes suas apostas em que um novo ciclo de aperto monetário começará ainda no primeiro semestre deste ano.

Discurso do presidente do BC, Alexandre Tombini, em evento sobre custos para as instituições financeiras, foi entendido como uma reafirmação de que um aumento dos juros não está descartado. Tombini também admitiu, durante um almoço com senadores, que a inflação deverá se manter elevada no primeiro trimestre, ajudando, assim, a pressionar os DIs.

Às 9h35, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2014 projetava taxa de 7,70%, ante ajuste de 7,75% na terça-feira (19); o DI para janeiro de 2015 marcava 8,41%, de 8,45% na véspera; e o DI para janeiro de 2017 apontava 9,11%, de 9,15% no ajuste anterior.

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