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Juros futuros reagem com alta a medidas anunciadas por Levy

As medidas divulgadas ontem pelo ministro da Fazenda exercem influência positiva sobe os derivativos de renda fixa


	Operadores na Bovespa: às 9h35, na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2016 tinha taxa de 12,63%, de 12,67% no ajuste de ontem
 (Germano Lüders/EXAME)

Operadores na Bovespa: às 9h35, na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2016 tinha taxa de 12,63%, de 12,67% no ajuste de ontem (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2015 às 09h13.

São Paulo - Os juros futuros iniciaram a sessão desta terça-feira, 20, com leve alta no trecho curto, mas queda nos vértices intermediários e longos, com os negócios mais atentos às notícias envolvendo o Brasil.

As medidas divulgadas ontem pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, exercem influência positiva sobe os derivativos de renda fixa, uma vez que ajudam no processo de reconquista de credibilidade do governo.

Já no exterior, as atenções se dividem entre os dados da China, a piora nas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia global e a perspectiva de mais estímulos monetários a serem adotados pelo Banco Central Europeu (BCE).

Às 9h35, na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2016 tinha taxa de 12,63%, de 12,67% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2017 estava em 12,33%, de 12,41% no ajuste da véspera; e o DI para janeiro de 2021 projetava taxa de 11,91%, de 12,05%, na mesma comparação.

No trecho mais curto, as preocupações com a inflação e expectativas pela decisão do Copom, amanhã, sustentam um ligeiro viés de alta. No mesmo horário, o DI com vencimento em abril de 2015 apontava taxa de 12,225%, de 12,213% no ajuste de ontem.

As medidas anunciadas ontem pelo ministro da Fazenda contribuem para a redução de prêmios nos vértices intermediários e longos, uma vez que as ações ajudam no processo de reconquista de credibilidade do governo e dão sinais de ajustes da política macroeconômica, ampliando as receitas da União e indo na direção de uma política fiscal melhor, disseram profissionais ao Broadcast.

Ontem à noite, Levy anunciou a recomposição da Cide sobre os combustíveis e a elevação do IOF para operações de crédito feitas por pessoas físicas, entre outras, a fim de elevar a arrecadação em R$ 20,6 bilhões no ano.

Segundo o ministro, "as medidas têm por objetivo aumentar a confiança da economia, com o menor sacrifício possível, a disposição das pessoas e dos investidores em tomarem risco e dos empresários em começarem a tentar novas coisas", explicou Levy, acrescentando que tais ações tendem a baixar a curva de juros de longo prazo - movimento que deve ser intensificado hoje diante da queda nos juros dos Treasuries.

O pacote que aumenta impostos sobre gasolina e crédito inclui ainda o reajuste de PIS/Cofins para importados e tende a exercer influência positiva sobre o câmbio, fortalecendo o real. Porém, o mercado doméstico de moedas também está atento às notícias vindas do exterior, que, por sua vez, embutem um viés de alta para o dólar.

Os mercados internacionais digerem o crescimento acima do esperado do PIB chinês, de +7,4% no acumulado de 2014, mas no menor ritmo em 24 anos, o que sugere continuidade da desaceleração da economia do país neste ano.

A taxa superou a previsão de avanço de 7,3%, porém representa uma arrefecimento ante a expansão de 7,7% registrada em 2013. Além disso, foi a primeira vez em 15 anos que o PIB da China ficou abaixo da meta do governo, de 7,5%.

Os dados chineses, que mostraram ainda avanços acima das expectativas das atividades da indústria e do varejo, animam as bolsas internacionais, que também pegam carona nas apostas de ações do BCE, ao mesmo tempo que afetam o desempenho das commodities negociadas no exterior, diante da perda de tração da segunda maior economia do mundo e maior consumidora de insumos básicos.

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