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Juros futuros abrem em alta pressionados pelo dólar

A informação de que a decisão de reajustar os combustíveis já está tomada é mais um fator a colocar as taxas para cima


	Câmbio: novos leilões do Banco Central e do Tesouro Nacional podem ajudar a conter o nervosismo
 (REUTERS/Gregg Newton)

Câmbio: novos leilões do Banco Central e do Tesouro Nacional podem ajudar a conter o nervosismo (REUTERS/Gregg Newton)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2013 às 09h39.

São Paulo - Após fecharem em forte alta na quarta-feira, 21, indicando chance de uma Selic ao menos três pontos porcentuais mais elevada até o fim de 2014, os juros futuros estendem o movimento nesta quinta-feira, 22. A pressão é renovada mais uma vez pelo dólar, que já estava forte mais cedo no exterior, e pelo juro do título de dez anos dos Estados Unidos, negociado acima da marca de 2,90%, em reação à ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

A informação de que a decisão de reajustar os combustíveis já está tomada é mais um fator a colocar as taxas para cima. Esse reajuste, vale lembrar, está relacionado às dificuldades enfrentadas pela Petrobras com o real desvalorizado."Fica a expectativa de alguma medida mais incisiva no câmbio", disse há pouco o economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano.

Uma ou mais medidas poderiam vir de reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) às 15 horas. O encontro terá a participação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Ele cancelou sua viagem para o tradicional evento de Jackson Hole (Wyoming, EUA) promovido pelo Federal Reserve. O presidente do BC também se reuniu na véspera com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir a situação do mercado de câmbio, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Porém, novos leilões do Banco Central e do Tesouro Nacional podem ajudar a conter o nervosismo. O BC faz hoje leilão de rolagem de swap cambial tradicional, com oferta de até 20 mil contratos (US$ 1 bilhão) para 01/04/2014, às 10h30. Mais tarde, ofertará até US$ 4 bilhões em duas operações, sendo a primeira com recompra em 1º de novembro (11h15) e a segunda com recompra em 1º de abril do ano que vem (11h30).


O Tesouro Nacional, por sua vez, faz operação extraordinária de recompra de até 2 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) para os vencimentos de 1/07/2016 e 1/01/2017 e de até 2 milhões de Notas do Tesouro Nacional - série F (NTN-F) para 1/01/2017; 1/01/2018; 1/01/2019; 1/01/2021 e 1/01/2023. Além disso, realizará o tradicional leilão de venda de LTN para três vencimentos e de NTN-F para dois vencimentos. O acolhimento das propostas ocorrerá das 11 horas às 11h30.

Entre indicadores domésticos, a taxa de desemprego caiu para 5,6% em julho, de 6% em junho, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou no piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, que iam de 5,60% e 6,20% da População Economicamente Ativa (PEA), sem ajuste sazonal, com mediana de 5,80%. A agenda de indicadores domésticos prevê ainda, às 11 horas, Sondagem Indústria da Construção referente a julho feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A agenda econômica norte-americana está carregada e começa com a divulgação dos pedidos semanais de auxílio-desemprego. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, participa da reunião do CMN via conferência de São Paulo. Já a presidente Dilma Rousseff participa, às 15 horas, de cerimônia de celebração de um milhão de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), na capital paulista.

Às 9h08, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2014 ainda não havia sido negociado. O DI para janeiro de 2015 indicava 10,64%, na mínima, ante 10,46% no ajuste anterior e o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 11,97%, ante 11,86% ontem. O juro da T-note de dez anos subia a 2,921%, ante 2,891% na tarde de quarta-feira.

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