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Juros: DI sobe após BC sugerir alta da Selic no curto prazo

Taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2012 subia 9 pontos, para 12,09%, às 09h25, enquanto o vencimento de janeiro de 2013 subia 1 ponto, para 12,40%

Os juros nos mercados futuros sobem pelo quarto dia seguido no vencimento de janeiro de 2012 após o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central ter revelado preocupação com a inflação (Stock Exchange)
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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2010 às 10h43.

São Paulo - Os juros nos mercados futuros sobem pelo quarto dia seguido no vencimento de janeiro de 2012 após o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central ter revelado maior preocupação com a inflação. O documento disse ser necessário um ajuste no curto prazo na taxa de juros, o que elevou a aposta do mercado em uma alta da taxa básica na reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2012 subia 9 pontos, para 12,09 por cento, às 09h25, enquanto o vencimento de janeiro de 2013 subia 1 ponto, para 12,40 por cento. A estimativa de alta dos juros de 0,50 ponto percentual em janeiro, segundo os dados compilados pela Bloomberg, subiu para quase 100 por cento.

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“O Relatório veio com um tom bem mais pesado do que a Ata do Copom em relação aos riscos”, disse Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe do Crédit Agricole Brasil SA. “A leitura é de que o BC está preparando o mercado para um ajuste mais cedo”.

O Relatório Trimestral do BC disse que “é importante destacar que, no regime de metas para a inflação, desvios em relação à meta, na magnitude dos implícitos nessas projeções, sugerem necessidade de implementação, no curto prazo, de ajuste na taxa básica de juros, de forma a conter o descompasso entre o ritmo de expansão da demanda doméstica e a capacidade produtiva da economia, bem como de reforçar a ancoragem das expectativas de inflação”.

Ainda segundo o BC, a dinâmica inflacionária teve “deterioração significativa” e o período de arrefecimento da atividade se esgotou. De acordo com o documento, “a demanda doméstica, impulsionada pela expansão do crédito, do emprego e da renda, tem sido o principal fator de sustentação da atividade, e deve continuar evoluindo favoravelmente nos próximos trimestres”.

O BC aumentou as projeções de referência para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo de 5 por cento para 5,9 por cento este ano e de 4,6 por cento para 5 por cento em 2011 no cenário de referência. O IPCA em 2012 deve ficar em 4,8 por cento, de acordo com o relatório.

O Relatório também disse que as commodities afetam a inflação doméstica e que o risco de alta destes produtos no mercado externo se exacerbou em razão da liquidez global.

No exterior, o petróleo sobe pelo quarto dia e passa de US$ 90 o barril com sinais recuperação da economia dos EUA, maiores consumidores do produto no mundo. O ouro também avança pelo quarto dia após o Fundo Monetário Internacional afirmar que encerrou um programa de venda do metal. O cobre recua.

Os títulos do Tesouro Americano de 10 anos caem, elevando os juros, antes da divulgação de indicadores que podem mostrar crescimento das vendas de imóveis e do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos.

Confiança do consumidor

O Índice de Confiança do Consumidor da Fundação Getulio Vargas, divulgado hoje cedo, recuou de 125,1 em novembro para 122,5 em dezembro, na primeira queda após nove meses de alta consecutiva.

As taxas de juros futuras subiram ontem na maior parte dos contratos, com o mercado elevando as apostas na alta da taxa básica em janeiro diante da percepção de investidores de que a inflação continua elevada e a expectativa para a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central hoje.

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