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Juros: DI longos recuam com aposta de que BC combaterá inflação

Contratos a partir de julho de 2012 mostram que fim do aperto monetário pode vir mais cedo se combate à alta dos preços for mais forte agora

Mercado acredita que Tombini, próximo presidente do BC, vai agir para combater a inflação (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Mercado acredita que Tombini, próximo presidente do BC, vai agir para combater a inflação (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2010 às 11h13.

São Paulo - Os juros nos mercados futuros recuam nos contratos a partir de julho de 2012 após dados divulgados hoje terem mostrado aquecimento do setor industrial, fortalecendo a aposta de que o Banco Central iniciará o aperto monetário para combater a inflação no curto prazo. Um combate à inflação mais precoce permitiria o fim do aperto monetário mais cedo.

O Depósito Interfinanceiro com maior número de contratos em aberto, de janeiro de 2012, estava inalterado às 10h15, em 12,15 por cento, enquanto o vencimento de janeiro de 2017 caia 4 pontos, para 12,04 por cento.

A utilização da capacidade da indústria no Brasil subiu de 84,5 por cento em novembro para 84,9 por cento em dezembro com ajuste sazonal, segundo a Fundação Getulio Vargas. O índice de confiança da indústria subiu de 112,7 em novembro para 114,5 em dezembro.

“Os dados vieram fortes e isso leva ao aumento da aposta de que a alta dos juros virá mais cedo, o que pode permitir que um afrouxamento ocorra também mais cedo” no futuro, disse Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe do Credit Agricole Brasil SA. “Sempre que aumenta a aposta em alta de juro no curto prazo, a curva de juros tende a se inverter.”

Os juros nos mercados futuros subiram ontem na maioria dos contratos a partir de julho de 2012, após pesquisa do Banco Central ter mostrado aumento das projeções do mercado para a inflação em 2010 e 2011. A liquidez foi reduzida no início da última semana do ano.

Commodities em alta

No exterior, a queda do dólar diante de outras moedas está impulsionando as commodities, que têm sido fator de alta da inflação no Brasil. O petróleo se mantém perto da máxima em dois anos, também com a expectativa de queda dos estoques americanos do produto.

O cobre bate recorde em Nova York pelo segundo dia consecutivo, favorecido pela baixa do dólar e pela aposta de que a demanda superará a oferta. O ouro e produtos agrícolas como soja e trigo também sobem.

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