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Juros curtos aceleram queda com piora das bolsas

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 estava em 7,75%

Sede da BM&FBovespa (Divulgação)

Sede da BM&FBovespa (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2012 às 17h35.

São Paulo - No mercado futuro de juros, as taxas curtas dão prosseguimento à sinalização de que há mais espaço para cortes da taxa Selic. Neste ponto da curva, a devolução de prêmios teve aceleração durante o período vespertino, acompanhando o recuo das bolsas no exterior.

Os vértices longos mostram leve alta em uma combinação formada por movimento técnico, após o recuo na última semana, e reflexo de alguma apreensão dos agentes financeiros em relação à percepção de que os estímulos à economia possam se transformar, no longo prazo, em pressão inflacionária.

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (280.620 contratos) estava em 7,75%, ante 7,80% do ajuste da sexta-feira, enquanto o DI janeiro de 2014 (270.915 contratos) marcava 8,09%, de 8,14% da sexta. O DI janeiro de 2017, com giro de 66.280 contratos, apontava 9,83%, de 9,70% do ajuste, e o DI janeiro de 2021 (2.220 contratos) indicava 10,47%, de 10,32%.

O declínio das taxas projetadas pelos DIs curtos acompanha, em grande medida, o movimento da última semana guiado pelo IPCA em maio e pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Em sua maioria, as taxas curtas embutem probabilidade de um corte de 0,50 ponto porcentual da Selic em julho e um corte residual, possivelmente de 0,25 pp, em agosto.


Tal perspectiva parece estar refletida nas projeções do chamado Top 5, analistas que mais acertam as estimativas na pesquisa Focus, uma vez que os números foram revisados de 8% para 7,75%. No entanto, prevalece na Focus a aposta de Selic em 8% para o fim de 2012. Para 2013, a mediana das expectativas caiu de 9,38% para 9%.

Quanto ao IPCA em 2012, as expectativas recuaram de 5,15% para 5,03%. Para 2013, as previsões se mantiveram em 5,60% pela terceira semana seguida. Para um economista, os resultados captados na Focus ilustram a percepção dos agentes financeiros de que a inflação não é um problema para a política monetária no curto prazo.

Para o PIB, a pesquisa Focus mostra projeções caindo de 2,72% para 2,53% em 2012 e recuando de 4,50% para 4,30% para 2013. O desempenho fraco do PIB no primeiro trimestre continua pesando sobre as avaliações do mercado, cita um profissional, e reforça que o ciclo de redução do juro não chegou ao fim.

O cenário externo prossegue nebuloso. A animação com os planos para resgate dos bancos espanhóis se esvaiu ao longo da tarde no mercado internacional. O avanço da aversão ao risco, com o ceticismo dos investidores sobre os esforços para restaurar a confiança na Espanha, fez com que os índices acionários em Nova York testassem as mínimas e provocou recuo dos juros dos Treasuries. Em torno das 16 horas, o juro da T-Note de 10 anos estava em 1,599% ante 1,684% no início do dia e 1,639% no fim da tarde de sexta-feira. Para os agentes internacionais, ainda há incertezas sobre como a ajuda será estruturada.

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