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Itaú BBA vê "assimetrias positivas" e eleva Cyrela (CYRE3) para compra

Mesmo com riscos no ambiente macro, liquidez das ações e situação micro favorável tornam o ativo mais atrativo

Itaú BBA: para o setor de construção, quando o macro é positivo e o micro favorável, as ações podem dobrar (Evengy Makarov/Bloomberg)

Itaú BBA: para o setor de construção, quando o macro é positivo e o micro favorável, as ações podem dobrar (Evengy Makarov/Bloomberg)

Assimetrias positivas. Essa é a razão para a equipe de analistas do Itaú BBA decidir elevar a recomendação da ação da Cyrela (CYRE3) para compra, com preço-alvo de R$ 22, implicando uma valorização de 37% sobre o preço de fechamento do pregão de terça-feira, 27, quando o papel foi negociado a R$ 16,07. 

Para o setor de construção, quando o macro é positivo e o micro favorável, as ações podem dobrar. Nesse sentido, escrevem os analistas, embora o ambiente macro ainda incorpore riscos relevantes, tanto internos quanto externos, o posicionamento da Cyrela favorece seus papéis.  

O relatório lista três principais razões (ou assimetrias positivas) para compra de CYRE3. “Há um prêmio de risco significativo implícito na curva de juros e pouco espaço para mais deterioração do microambiente”, escrevem eles.  

No primeiro motivo, o macro, a equipe do banco vê assimetria positiva pois as expectativas de taxa de juro incorporam um alto prêmio de risco, em que as taxas nominais futuras de dez anos estão em aproximadamente 12% e a inflação futura implícita para o mesmo período, em cerca de 7% — acima da meta do Banco Central de 3,5%. “Historicamente, houve uma redução significativa na percepção de risco após a maioria das eleições presidenciais”, acrescentam. 

A segunda razão é uma questão técnica, segundo eles. A ação deve se beneficiar de taxas nominais de longo prazo mais baixas e também é uma das cinco principais ações na posição short (vendida) em todo o mercado brasileiro, com cerca de 15% do free float (nível mais alto em cinco anos).  

Por fim, ainda tem o microambiente que se mostra favorável para a Cyrela. “O pior momento já parece ter passado para o lucro (as taxas de hipoteca pararam de subir e a margem bruta está se estabilizando)”, escrevem, adicionando que a probabilidade de riscos como cancelamentos de vendas, pressão de custos e restrições de financiamento diminuíram. 

Quão alto pode ir?

O banco acredita ser viável que a ação, hoje negociada em torno de 1x o valor contábil, possa chegar a 1,5x, dado o cenário de menor custo de capital. O banco, inclusive, só atualizou, por enquanto a tese para CYRE3, mesmo acreditando que as tais assimetrias positivas possam ser válidas para a maioria das construtoras de média renda. A razão? Liquidez. Enquanto o volume diário negociado de CYRE3 chega a R$ 100 milhões, o de Eztec (EZTC3) fica em R$ 30 milhões e a média do restante não supera R$ 5 milhões.  

Na manhã desta quarta-feira, 28, as ações da Cyrela valorizavam 5,23%, para R$ 16,91.  

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