IPCA de dezembro deve aliviar expectativas de inflação e juros futuros
Inflação ao consumidor pode confirmar trajetória de desaceleração e impactar as estimativas do mercado para a taxa em 2023 e 2024, além dos contratos DI
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2022 às 07h08.
A divulgação da inflação oficial ao consumidor em dezembro nesta terça-feira, dia 11, às 9h pelo IBGE será um dos principais eventos do dia no mercado financeiro. O IPCA vai revelar se a desaceleração da alta dos preços revelada no indicador fechado de novembro e na prévia (IPCA-15) do último mês do ano se manteve ou se as pressões voltaram a crescer, como apontado no IGP-M de dezembro.
As projeções da equipe de Macro & Estratégia do BTG Pactual (BPAC11) apontam que a desaceleração deve ter continuado, com o IPCA de dezembro em 0,65%. Isso levaria o índice a encerrar o ano pouco abaixo dos 10%, em 9,96%.
A taxa ficou em 0,95% em novembro, com a taxa no acumulado em 12 meses em 10,74%. Caso a estimativa dos analistas do BTG se confirme, dezembro representaria possivelmente um ponto de inflexão na trajetória da inflação. A taxa está em trajetória de alta em 12 meses desde junho de 2020, nos primeiros meses da pandemia.
Um dado nessa direção pode também reforçar o aparente início do processo de ancoragem das expectativas de inflação para 2023 e 2024: no boletim Focus divulgado na segunda, dia 10, as projeções do IPCA para o próximo ano cederam de 3,41% para 3,36% -- estavam em 3,46% quatro semanas antes. Apesar da desaceleração, ainda permanecem acima do centro da meta para o ano, de 3,25%. Para 2024, as expectativas continuam na casa de 3,0%.
E para este ano, a expectativa do mercado é que a inflação desacelere para 5%, segundo o boletim Focus.
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Outro efeito a ser observado com a divulgação do IPCA de dezembro será nos contratos de juros futuros (DI), que no vencimento em um ano têm fechado na casa de 12%, embutindo uma expectativa de manutenção da taxa Selic em patamares mais elevados ao longo deste ano.
A Selic está em processo de elevação, em 9,25% ao ano, e deve sofrer mais duas altas nas duas primeiras reuniões de 2022, em fevereiro (dias 1º e 2) e março (dias 15 e 16), o que levará a taxa para 11,75% ao ano, segundo projeção do BTG Pactual.