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Inflação, câmbio e juros: um fim de ano embaralhado

A carne e o câmbio devem puxar um pouco para cima a inflação em 2020, o que pode afetar a tendência de queda na taxa básica de juros

Supermercado: previsão de inflação de 3,75% em 2020, com viés de alta (Germano Lüders/Exame)
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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2019 às 07h23.

Última atualização em 29 de novembro de 2019 às 07h52.

São Paulo — A semana termina com dois importantes ministros do governo jogando luz sobre a “mudança de patamar” em dois índices que mexem diretamente com a vida dos brasileiros. Primeiro, na segunda-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o dólar continuará valorizado, numa declaração que ajudou a impulsionar ainda mais a cotação da moeda americana.

Ontem foi a vez de a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmar que o preço da carne continuará elevado. A alta já chega a 26% desde janeiro. Segundo ela afirmou ao site Poder 360, a carne “ficou por três anos com valor muito baixo” e não deve voltar à média anterior. “Mudou o patamar. Já tinha mudado o da soja, do milho”, disse. Além de fatores como o aumento da demanda dos chineses, a ministra apontou fatores climáticas para justificar a inflação.

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A carne e o câmbio devem puxar um pouco para cima a inflação em 2020, o que pode embaralhar a tendência de queda na taxa básica de juros. No dia 11 de dezembro o comitê de política monetária do Banco Central deve reduzir mais uma vez a taxa Selic, para 4,5% ao ano. Mas analistas já trabalham com uma retomada da Selic em 2020.

“Avisa ao Paulo Guedes que se continuar falando… não temos que nos acostumar com dólar alto só não, mas com juros também”, disse Ivo Chermont, sócio e economista-chefe da Quantitas, em reportagem publicada por EXAME na terça-feira.

Até as novidades desta semana, a estimativa do mercado era de inflação de 3,75%, já acima dos 3,46% previstos para 2019. A previsão de crescimento da economia está na casa dos 2% para 2020. Uma atividade mais robusta também tende a impulsionar a inflação. É um final de novembro que levou analistas de volta às calculadoras.

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