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Indicador de Buffett bate recorde e sugere sobrevalorização nos mercados

Métrica citada pelo investidor nos tempos da bolha da internet relaciona capitalização total de empresas listadas em um país com o PIB nacional

Warren Buffett: indicador preferido do megainvestidor pode não ser o ideal para o atual momento dos mercados | Foto: Kevin Lamarque/Reuters (Kevin Lamarque/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2021 às 19h35.

Última atualização em 14 de junho de 2021 às 22h31.

O indicador de mercado preferido do megainvestidor Warren Buffett subiu para uma alta recorde de 133% neste domingo, 13, sinalizando que as bolsas globais estão sendo negociadas acima do preço justo.

O “indicador de Buffett” busca entender se uma bolsa está cara ou barata medindo a relação entre a capitalização total das empresas listadas em um país e o seu Produto Interno Bruto ( PIB ). Quando essa relação supera os 100%, é sinal de que as ações estão sobrevalorizadas.

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A alta atual já supera a marca atingida pouco antes do estouro da bolha das empresas “ponto.com”, no início dos anos 2000. Foi nessa época que Buffett escreveu um artigo para a revista americana Fortune dizendo que a proporção tinha certas limitações, mas que, ainda assim, era “provavelmente a melhor métrica individual” para entender o mercado e que deveria ter sido um sinal de alerta para a crise do início do século.

O rompimento da marca dos 133% foi destacado pelo editor Holger Zschaepitz, do jornal alemão Welt. O jornalista chamou a atenção para o fato de que o índice está sinalizando uma nova bolha nos mercados globais. Porém o próprio Zschaepitz destaca que o indicador tem deficiências e pode não ser a melhor métrica para analisar o mercado neste momento.

Isso porque o indicador analisa a capitalização atual das empresas com números do PIB que, por definição, são divulgados com defasagem. Além disso, as leituras do PIB sofreram distorções importantes por causa das paralisações econômicas durante a pandemia, o que a torna uma base de comparação instável.

A alta valorização das ações também pode estar atrelada a um cenário de taxa de juros baixa ao redor do mundo – nos Estados Unidos, por exemplo, os juros estão próximos a zero desde o início da pandemia. Esse é um fator que empurra os investidores na direção da renda variável.

Um último ponto a se considerar é a alta valorização das empresas de tecnologia durante a crise, em um momento atípico em que grande parte da população mundial ficou isolada. “Talvez o momento atual seja diferente [de uma bolha] considerando que estamos em uma era com rendimentos reais negativos e crescimento exponencial dos lucros no setor de tecnologia”, disse Zschaepitz.

Vale lembrar que o indicador de Buffett liga uma luz amarela no mercado, mas analistas não recomendam usá-lo unicamente como base para a tomada de decisão de investimentos.

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