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Ibovespa tem segunda maior alta do ano após queda expressiva

Com desempenho positivo, principal índice da Bolsa volta aos 116 mil pontos

Bolsa: Ibovespa sobe 1,74% e fecha acima dos 116 mil pontos (Germano Lüders/Exame)

Bolsa: Ibovespa sobe 1,74% e fecha acima dos 116 mil pontos (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 18h30.

Última atualização em 28 de janeiro de 2020 às 19h54.

São Paulo - A queda expressiva de mais de 3% no pregão anterior não deixou os investidores com medo de ir às compras. Com a maioria dos ativos no azul, o Ibovespa subiu 1,74% nesta terça-feira (28) e encerrou em 116.478,98 pontos. A alta foi a segunda maior do ano, somente atrás da registrada no primeiro pregão de 2020.

O movimento de recuperação ocorreu em linha com as principais bolsas do mundo, com exceção das asiáticas, que voltaram a ter mais um dia no negativo. Nesta terça, o índice norte americano S&P 500 fechou em alta de 1,01% e o pan-europeu Stoxx 50, de 1,13%. “A gente só acompanhou lá fora. Mas como a gente caiu mais do que todo mundo ontem, também subimos mais que todos hoje”, disse Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset.

Apesar do dia positivo, a evolução dos casos de coronavírus seguem no radar dos investidores. “Como as bolsas estão nas máximas históricas, os investidores estão aproveitando o coronavírus para realizar lucro. Parte da queda de ontem foi isso", afirmou Spyer. 

Entre as ações com grande peso no Ibovespa, as maiores altas ficaram com os papéis da B3, que subiram 3%. Com a menor pressão sobre a cotação do petróleo, a Petrobras também ajudou a impulsionar o índice para cima. Nesta terça, as ações preferenciais da estatal se valorizaram 2,35% e as preferenciais, 2,75%. Negociado no mercado futuro americano, o petróleo WTI teve o segundo pregão de alta, subindo 1,5%.

O tom positivo também passou pelos papéis da Vale, que subiram 1,37%. A mineradora, que figura entre as mais afetadas pelos efeitos do coronavírus devido à próxima relação comercial que tem com a China, vinha de uma queda acumulada de 9% nos últimos dois pregões.

“Esse período [de festividades na China] já seria sazonalmente desfavorável porque a demanda cai muito, mas o coronavírus foi um agravante”, disse o economista-chefe da Infinity Investimentos, Jason Vieira. 

Apesar da preocupação sobre como o surto da doença vai mexer com a segunda maior economia do mundo, Vieira acredita que ainda seja cedo para prever se o coronavírus vai causar impactos mais profundos na demanda por minério ferro. “Ninguém sabe ainda. Vai depender de até quando as empresas vão ficar fechadas na China”, comentou.

Apesar da recuperação dos principais papéis do Ibovespa, foram as ações da Azul que lideraram as altas, subindo 8,58%. Nesta terça, a companhia anunciou que pretende subarrendar 53 de suas aeronaves E195 para uma companhia aérea LOT, da Polônia, e para a norte-americana Breeze Aviation Group. 

As varejistas, menos expostas aos riscos uma epidemia na China, também tiveram um dia de fortes altas. No setor, os destaques ficaram para os papéis da Magazine Luiza, Via Varejo e B2W, que avançaram 5,93%, 5,32%, e 4,05% respectivamente. 

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