Mercados

Mercado ignora Previdência e Ibovespa bate pico histórico

Com reforma engavetada, Eletrobras tem forte alta após o governo colocar a privatização da elétrica na pauta da agenda alternativa

Ibovespa: O principal índice acionário da B3 subiu nesta terça-feira, renovando máxima histórica, com o fluxo estrangeiro ajudando a manter o tom positivo pelo quinto pregão seguido (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Ibovespa: O principal índice acionário da B3 subiu nesta terça-feira, renovando máxima histórica, com o fluxo estrangeiro ajudando a manter o tom positivo pelo quinto pregão seguido (Patricia Monteiro/Bloomberg)

R

Reuters

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 18h19.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2018 às 18h44.

São Paulo - O principal índice acionário da B3 subiu nesta terça-feira, renovando máxima histórica, com o fluxo estrangeiro ajudando a manter o tom positivo pelo quinto pregão seguido em dia marcado por forte alta nas ações da Eletrobras, após o governo colocar a privatização da elétrica na pauta da agenda alternativa à reforma da Previdência.

O Ibovespa fechou em alta de 1,19 por cento, para nova máxima de fechamento de 85.803 pontos. Mais cedo, o índice também renovou a maior cotação intradia, aos 86.290 pontos. O giro financeiro do pregão somou 12,3 bilhões de reais.

O mercado abriu no vermelho, mas ganhou fôlego amparado no fluxo de investimento estrangeiro, que voltou a registrar saldos diários positivos no final da semana passada, e na perspectiva positiva para retomada da economia.

"Os índices econômicos continuam fortes... e o fluxo de estrangeiro (diário) voltou a ser positivo", disse o gestor da mesa Bovespa da Coinvalores, Marco Tulli Siqueira.

A abertura mais negativa veio como reação inicial após a decisão do governo federal de desistir da votação da reforma da Previdência e apresentar um conjunto de medidas econômicas, boa parte delas já em tramitação no Congresso, em uma tentativa de reafirmar o compromisso com o equilíbrio fiscal.

O impacto acabou sendo contido, uma vez que o mercado vinha cada vez mais colocando no preço a possibilidade de que a reforma previdenciária não seria votada este ano.

"Abriram as gavetas e foram retirando coisas para cima das mesas, no intuito de minorar os efeitos da extinção da reforma da Previdência, que segue sendo imprescindível e será um ônus inicial para o novo presidente", escreveu o economista-chefe da corretora Modalmais, Alvaro Bandeira, em nota a clientes.

DESTAQUES

- ELETROBRAS ON avançou 6,82 por cento e ELETROBRAS PNB subiu 8,65 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, após a privatização da empresa ser incluída entre as medidas propostas do governo para ajudar a equilibrar as contas públicas.

- ITAÚSA PN teve alta de 4,04 por cento, após a controladora do Itaú Unibanco e de outras empresas, reportar resultado lucro líquido consolidado de 1,997 bilhão de reais no quatro trimestre, alta de 4,9 por cento ante mesma etapa de 2016.

- GPA PN caiu 5,27 por cento, maior queda do índice, após anúncio de mudanças na administração na véspera, com a nomeação do presidente da unidade de móveis e eletrodomésticos Via Varejo para a presidência-executiva, no lugar de Ronaldo Iabrudi, além dos resultados para o quarto trimestre. VIA VAREJO UNIT também foi destaque negativo, com queda de 3,3 por cento.

- PETROBRAS PN ganhou 1,95 por cento e PETROBRAS ON teve alta de 1,78 por cento, revertendo as perdas iniciais em dia sem rumo único para os preços do petróleo no mercado internacional.

 

Acompanhe tudo sobre:B3Ibovespa

Mais de Mercados

"Não faz sentido correr risco com esse nível de juros", diz maior fundo de pensão do Nordeste

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Mais na Exame