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Ibovespa sobe 1,34%, supera os 116 mil pontos e reverte perdas de 2020

Novo pacote de auxílio nos Estados Unidos impulsiona otimismo do índice, assim como altas nas ações de Vale e bancos

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 09h15.

Última atualização em 15 de dezembro de 2020 às 18h17.

O Ibovespa subiu forte nesta terça-feira, 15, em linha com as bolsas internacionais que repercutem nova proposta de estímulo econômico para a economia dos Estados Unidos. No mercado interno, as altas nos papéis da Vale e do setor bancário, que têm grande participação na carteira do Ibovespa, também influenciaram o resultado positivo.

O índice encerrou o pregão em alta de 1,34% aos 116.148 pontos, zerando as perdas para este ano -- no último pregão de 2019, o índice fechou aos 115.645 pontos. O resultado de hoje, até o momento, é o maior patamar para o Ibovespa desde 19 de fevereiro. O índice também está a pouco mais de 3.000 pontos do pico histórico registrado em 23 de janeiro, quando bateu 119.527 pontos.

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No exterior, o avanço nas conversas sobre novos estímulos americanos endossam o bom humor dos mercados. Depois de meses de negociações entre republicanos e democratas, foi apresentada, ontem à noite, uma nova solução para separar o pacotão em duas partes. Uma delas, de 748 bilhões de dólares, deverá ser destinada a programas sociais, como o de auxílio federal de 300 dólares semanais para desempregados. Já a segunda parte, de 300 bilhões de dólares, tem como destino pequenas empresas.

Ainda na esfera política americana, a confirmação pelo colégio eleitoral de que Joe Biden definitivamente será o próximo presidente dos Estados Unidos marca o fim das incertezas sobre as eleições americanas.

Wall Street também aposta em mais sinais de política monetária estimulativa de olho na última reunião do Federal Reserve em 2020.No mercado americano, os três principais índices fecharam perto de níveis recordes. S&P 500, Dow Jones e Nasdaq fecharam em alta de 0,56%, 1,29% e 1,03% respectivamente.

A Apple foi o principal impulso para o resultado. Os papéis da companhia atingiram seu nível mais alto desde setembro, após notícia de que a empresa planeja aumentar a produção do iPhone em 30% no primeiro semestre de 2021.

Na bolsa brasileira, o Ibovespa foi impulsionado, principalmente pelo setor de minério e siderurgia, que sobem na esteira da valorização do minério de ferro na China e recomendações de compra. Os papéis da mineradora Vale, que são aqueles com o maior peso do Ibovespa, avançaram mais de 1%, enquanto as siderúrgicas subiram forte, chegando a registrar mais de 6% de alta.

Divulgados na noite de segunda, dados da China mostraram que a produção industrial do país teve crescimento anual de 7% em novembro. Já as vendas no varejo, que sofreram mais para se recuperar da pandemia, estão 5% maiores do que no mesmo período do ano passado.

Além da alta das ações, o apetite por risco também favoreceu moedas de países emergentes, que se fortalecem perante o dólar. Depois de superar os 5,12 reais na véspera, a moeda americana voltou a cair no Brasil nesta terça-feira,  e fechou em baixa de 0,66%, a 5,0889 reais.

Investidores locais também digerem a ata da última reunião do  Comitê de Política Monetária (Copom). Nela, o Banco Central reforçou a preocupação com os recentes dados inflacionários - que vêm superando as estimativas do mercado. Mas, manteve o argumento de que a recente alta da inflação é apenas "temporária".

Em comunicado da última quarta-feira, o Banco Central havia informado que poderia interromper as sinalizações de manutenção da taxa de juros em 2%, aumentando as expectativas para uma alta de juros ainda no primeiro semestre de 2021. “Isso não quer dizer um aumento de juro imediato, mas coloca pressão em cima do cenário em que a Selic subiria apenas no segundo semestre. Hoje vemos início de alta em junho”, avaliam analistas da Exame Research.

Por outro lado, o aumento dos casos de coronavírus na Europa e nos Estados Unidos seguem como um ponto de preocupação. Após a Alemanha endurecer as medidas de isolamento no fim de semana, foi a vez do prefeito de Nova York sugerir que um lockdown pode estar próximo. Em entrevista à CNN americana, Bill de Blasio. A decisão, porém, está nas mãos do governador Andrew Cuomo, que já admitiu que a prioridade é proteger os hospitais de atingirem o limite da capacidade.

"Novos lockdowns vão acontecer, mas o fato de ter cada vez mais opções de vacinação faz o mercado enxergar o copo meio cheio", comenta Jefferso Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

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