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Ibovespa segue alta dos EUA, mas dólar sobe com inquérito sobre Covaxin

Dados de emprego surpreendem e reforçam otimismo sobre recuperação americana; Magalu é destaque de alta

Painel da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 2 de julho de 2021 às 17h29.

Última atualização em 2 de julho de 2021 às 17h43.

O Ibovespa avançou nesta sexta-feira, 2, após três pregões de quedas causadas por turbulências domésticas. O principal índice da B3 subiu 1,56%, aos 127.621 pontos, e conseguiu fechar a primeira semana de julho no azul, com alta de 0,25%. 

O movimento foi sustentado pelo otimismo externo, que ajudou o Ibovespa a se recuperar das baixas causadas pela reforma tributária e pela CPI da Covid-19 ao longo da semana. Nos Estados Unidos, o mercado foi surpreendido positivamente pelo payroll, que reúne dados de empregos não agrícolas.

Divulgado nesta manhã, o payroll revelou a criação de 850.000 empregos não agrícolas, superando as projeções de 700.000 novas vagas. Os empregos privados também cresceram mais do que o esperado, ficando em 662.000 ante estimativas de 600.000. A taxa de desemprego, porém, subiu de 5,8% para 5,9%, tendo em vista a maior busca por trabalho no país.

Os dados reforçaram o otimismo sobre a retomada da maior economia do mundo, mas não a ponto de desencadear temores do mercado sobre riscos de inflação -- e consequente mudança na política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano). 

O cenário de retomada, somada a uma taxa de juros próxima de zero, é favorável para a renda variável. Nos Estados Unidos, os índices S&P 500 e Nasdaq renovaram suas máximas históricas, subindo 0,75% e 0,81%, respectivamente, enquanto o Dow Jones também registrou alta de 0,44%.

O otimismo também levantou a bolsa brasileira, mas os ruídos políticos continuaram no radar. No final da manhã desta sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o presidente Jair Bolsonaro por prevaricação no caso de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.

A notícia travou fez o real se distanciar do desempenho positivo dos pares emergentes, e favoreceu a alta do dólar, que atingiu 5,074 reais na máxima. Após passar o dia entre ganhos e perdas, a moeda americana encerrou a sessão negociada em leve alta de 0,16%, a 5,053 reais.

Destaques de ações

Por aqui, ações do setor financeiro e da Vale (VALE3), com grande participação no Ibovespa, se recuperam das quedas do último pregão e contribuíram para a alta do índice. A mineradora avançou 2,07%, enquanto os papéis do Bradesco (BBDC4) registraram a maior alta do setor bancário, avançando 2,4%.

Mas, foram as ações de consumo doméstico que despontaram como destaques desta sessão. Entre as maiores altas, estiveram os papéis da Magazine Luiza (MGLU3) e Natura (NTCO3), que subiram 4,59% e 4,02%, respectivamente. 

As units do BTG Pactual (BPAC11) também estiveram entre as maiores altas do pregão, avançando 4,35% após o banco vender sua participação de Credpago para a Loft por 1,4 bilhão de reais.

A Ultrapar (UGPA3) também ficou entre os destaques positivos do dia, avançando 4,24%. “As ações da Ultrapar vão aparecendo entre as maiores altas do dia de olho no andamento do programa de desinvestimentos da Petrobras (PETR3/PETR4), aguçando a expectativa do mercado por novas aquisições envolvendo as companhias”, afirmam, em nota, analistas da Ativa Investimentos. 

Na véspera, a petroleira se desfez de fatia remanescente de 37% da BR Distribuidora (BRDT3), e os papéis da BR dispararam mais de 7%. Neste pregão, a companhia tem o segundo dia consecutivo de ganhos, avançando 2,76%.

Fora do Ibovespa, as ações da JSL (JSLG3) avançaram 5,97%, após o envio de uma proposta de fusão para a Tegma (TGMA3), que dispara 12,9%. 

Segundo Bruno Lima, analista-chefe de ações do BTG Pactual Digital, a combinação de negócios é "extremamente" positiva para ambas as empresas, mas com uma leve vantagem para a JSL. "Não tem muito prêmio levando em conta o valor de mercado da Tegma. Mas é só a primeira discussão", disse no programa “Abertura de Mercado” desta sexta. A Simpar (SIMH3), controladora da JSL, avança 6,01%.

Na ponta negativa, a exportadora Suzano (SUZB3) lidera as perdas do índice caindo 1,87%, reagindo ao desempenho do dólar frente ao real. 

“O mercado vinha exagerando na dose de pessimismo relativamente ao setor de papel & celulose, precificando deterioração dos fundamentos. Nas últimas semanas, contudo, com a apreciação recente do real, o tom de pessimismo foi aparentemente neutralizado. Mas a chacoalhada hoje no câmbio, fez esse tom voltar à tona”, explica Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos.

Maiores altas

Maiores quedas

Magazine LuizaMGLU3

4,59%

SuzanoSUZB3

-1,87%

BTG PactualBPAC11

4,35%

EcorodoviasECOR3

-1,52%

UltraparUGPA3

4,24%

MarfrigMRFG3

-0,98%

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