Ibovespa se firma acima de 60 mil pts com eleições no radar
Setor de telecomunicações destacava-se após Oi que contratou BTG Pactual para viabilizar proposta para compra da fatia detida indiretamente pela Telecom Italia
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2014 às 12h33.
São Paulo - O principal índice da Bovespa firmava-se acima dos 60 mil pontos nesta quarta-feira, com a cena política sob os holofotes, após pesquisas apontarem vitória de Marina Silva (PSB) em eventual segundo turno na corrida presidencial, enquanto agentes ainda digeriam o primeiro debate entre os candidatos na TV.
O setor de telecomunicações destacava-se após Oi informar na noite da véspera que contratou o BTG Pactual para viabilizar proposta para compra da fatia detida indiretamente pela Telecom Italia na TIM Participações.
Às 12h03, o Ibovespa avançava 1,34 por cento, a 60.620 pontos. O índice flertava com máximas intradia registradas no início de 2013. O volume financeiro do pregão somava 2,93 bilhões de reais. Segundo operadores, o giro projetado para o final do dia era de cerca de 9 bilhões de reais.
Na véspera, da candidata do PSB à Presidência confirmou sua força em pesquisa Ibope ao se aproximar da líder Dilma Rousseff no primeiro turno e vencendo a petista na segunda rodada com folga, movimento confirmado em levantamento CNT/MDA publicado nesta sessão.
No debate na Band, Marina prometeu governar unindo o Brasil em contraposição à polarização PT X PSDB, enquanto o tucano Aécio Neves se apresentou como mudança segura e a presidente Dilma defendeu as realizações de seu governo.
"A principal mensagem sobre a Marina Silva é que ela oferece uma nova forma de política", escreveu o JP Morgan, em nota a clientes. "A ênfase da Marina em política a faz confiar nos seus conselheiros de política econômica. Nessa frente, ela reforça metas de inflação, disciplina fiscal e câmbio flexível", acrescentou o banco.
As ações da Petrobras reagiam à repercussão positiva no mercado aos números das pesquisas, bem como avaliação sobre o desempenho dos candidatos no debate, que elevaram ainda mais a percepção de segundo turno nas eleições, bem como colocaram na mesa chance de não reeleição de Dilma.
"Os investidores estão antecipando potenciais mudanças na governança da companhia se um novo governo assumir", escreveu o analista do HSBC Luiz Carvalho, em nota a clientes.
Os papéis de Eletrobras e Banco do Brasil também avançavam, seguindo o rito de ações estatais influenciadas pela dinâmica eleitoral.
À margem da cena eleitoral, Oi e TIM Participações disparavam após a Oi contratar o banco BTG Pactual para viabilizar uma oferta pela TIM, embora analistas avaliem que a companhia chefiada por Zeinal Bava pode ter dificuldades de ir adiante sozinha na operação.