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Ibovespa retoma os 115 mil pontos com disparada de Vale e bancos

Índice sobe com exterior após dados de emprego nos EUA saíram melhor que o esperado

Painel de cotação da B3 (Germano Lüders/Exame)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 5 de março de 2021 às 09h22.

Última atualização em 5 de março de 2021 às 18h30.

Quadro geral do pregão

O Ibovespa subiu mais de 2% nesta sexta-feira, 5, em linha com o mercado internacional, após o relatório oficial de empregos não-agrícolas, o payroll, surpreender as expectativas dos mercados. O mercado também repercurte o alívio fiscal com aprovação da PEC Emergencial no Senado nesta quinta-feira.

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Divulgado nesta manhã, o payroll registrou criação de 379.000 empregos em fevereiro, mais que o dobro das 182.000  novas vagas projetadas pelo mercado. Os dados de janeiro também foram revisados para cima de para 166.000 novos postos de trabalho.

Bolsas dos Estados Unidos, que vinham oscilando entre altas de baixas, se firmaram no campo positivo, após a divulgação do indicador, considerado o mais importante da economia americana. Entre os principais índices, o destaque ficou com o S&P500, que avançou quase 2%.

Na bolsa brasileira, as ações da Vale (VALE3) -- que são as de maior participação no índice -- subiram 5,8% com a melhora do mercado internacional. O resultado foi o melhor para os papéis da Vale desde janeiro, e impulsionam a trajetória de alta do Ibovespa.

O índice também avançou com as ações dos bancos, que subiram quase 5%. O setor é o que é o mais representativo entre os que compõem o índice. Os resultados do dia foram:

Na ponta negativa do índice, Lojas Americanas (LAME4) caiu 2,61% e B2W Digital (BTOW3) recuou 4,27% com resultados do quarto trimestre de 2020 abaixo do esperado.

Dólar

A melhora do mercado de trabalho americano também produziu efeitos positivos sobre moedas emergentes, que ganharam força após a divulgação do payroll. No Brasil, o dólar que chegou a bater 5,71 reais nesta manhã, arrefeceu o movimento de alta, e encerrou aos 5,68 reais.

Títulos americanos em alta

Ainda que tenha favorecido ativos de risco, o payroll também fez subir o rendimento dos títulos americanos, que tem sido uma das principais preocupações dos investidores, uma vez que a alta poderia provocar alguma migração para a renda fixa.

Com os temores de inflação de volta nos Estados Unidos, o rendimento dos títulos de 10 anos se aproximaram da máxima do último dia 25, quando bateu o maior patamar desde fevereiro de 2020.

O andamento do pacote de estímulo de 1,9 trilhão de dólares e as contínuas medidas de estímulos por parte do Federal Reserve (Fed) podem elevar ainda mais a preocupação.

Como o rendimento dos títulos são inversamente proporcionais à demanda, membros do Fed têm interpretado o movimento de forma diferente de parte do mercado, que vê como sinal de inflação futura. Para eles, a alta dos rendimentos é sinal de confiança de que a economia americana seguirá crescendo.

Pressão no Copom

A alta dos títulos americanos joga ainda mais pressão para que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a taxa de juros já na próxima reunião, daqui a duas semanas. Mas, para André Perfeito, economista-chefe da Necton, a alta da taxa Selic esperada para a próxima reunião deve ser moderada

"Apesar de um certo 'pânico' entre alguns investidores acreditamos que o Copom não deve subir a taxa Selic em março fortemente, mas antes começar o ciclo com uma alta de 25 pontos base. Uma alta muito forte nos juros iria soar como que o Banco Central estivesse ele também em "pânico", algo que não acreditamos que esteja", diz em relatório.

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