Ibovespa reduz perdas com EUA, mas dólar volta a fechar acima de R$5,50
Queda da Vale impede alta do índice, após dados da economia chinesa saírem abaixo das expectativas
Beatriz Quesada
Publicado em 18 de outubro de 2021 às 17h29.
Última atualização em 18 de outubro de 2021 às 17h39.
O Ibovespa fechou próximo da estabilidade nesta segunda-feira, 18, com leve queda de 0,19% para 114.428 pontos, após chegar a registrar perdas de 1,50% pela manhã. A recuperação ocorreu junto com o mercado americano, que começou o dia em queda, refletindo temores de inflação e dados fracos da economia chinesa, divulgados na última noite.
Em Wall Street, os índices de S&P 500 e Nasdaq saíram da mínima e fecharam com respectivas altas de 0,34% e 0,84%, com expectativas sobre a temporada de balanços e com alívio sobre a alta de preços, após o petróleo virar para o terreno negativo. O Dow Jones caiu 0,10%. Entre os resultados mais aguardados de amanhã, 19, estão os da Johnson & Johnson e Netflix.
Apesar do tom positivo nas bolsas, o câmbio voltou a refletir as preocupações do mercado, com o dólar se valorizando perante todas as principais moedas emergentes. Por aqui, o dólar subiu 1,22% e fechou a 5,52 reais, voltando à faixa dos 5,50 reais, após ter perdido o patamar na sexta-feira, 16, em meio a declarações do Banco Central sobre atuação no mercado de câmbio.
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A desvalorização de moedas emergentes ocorre após o principal país do bloco, a China, entregar um PIB de 0,2% no terceiro trimestre, fazendo o PIB de 12 meses cair de 7,9% para 4,9%. O consenso do mercado, que já esperava por uma desaceleração, era de que o país fechasse o trimestre com PIB anual de 5,2%.O ritmo da economia chinesa foi afetado pela crise energética que assola o país somada a preocupações com o endividado setor imobiliário, envolvendo a Evergrande.
Os números mais fracos da China pesaram sobre o minério de ferro, que fechou em queda na China, pressionando as ações da Vale (VALE3). A mineradora recuou 0,94% e ajuda a puxar o Ibovespa para baixo, uma vez que é a ação com maior peso do índice. As siderúrgicas CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) tiveram respectivas quedas de 4,13% e 3,02%.
Destaques
Apesar do fechamento do Ibovespa aparentar um pregão "morno", a sessão foi marcada por fortes movimentos de alta e queda do lado das ações. Na ponta positiva do índice, as ações das Lojas Americanas (LAME4) dispararam 20,72%após a companhia anunciar que está avaliando, em conjunto com a Americanas (AMER3), uma possível fusão dos negócios antes da listagem do grupo na Nasdaq, bolsa americana de tecnologia. Os papéis AMER3 fecharam com alta de 4,33%.
A operação combinaria as base acionárias de LAME3, LAME4 e AMER3. “O fato da unificação total não ter ocorrido em abril (quando Americanas e B2W efetivaram a fusão) foi um retrocesso e explica o movimento negativo das ações nos últimos tempos. O anúncio de hoje deve destravar valor para os papéis”, explica Luiz Temporini, analista do BTG Pactual digital.
Do lado negativo, os papéis do GPA (PCAR3) caíram 6,46%, dando continuidade ao movimento de correção iniciado ainda na sexta-feira,16. No último pregão, as ações chegaram a disparar mais de 20%, depois de a empresa anunciar a venda do Extra Hiper para o Assaí (ASAI3), mas fechou em alta de menos de 12%.
Fora do índice, o principal destaque foram as ações da GetNet, ( GETT3/GETT4/GETT11) que dispararam em sua estreia na B3. As ações ordinárias (GETT3) foram as que apresentaram maior valorização, subindo 147,75%, enquanto a unit (GETT11) subiu 65,61%. Aempresa de maquininhas do Santander (SANB11) disparou com a concretização da cisão das companhias, aprovada em março deste ano. A operação permitiu aos papéis da Getnet serem negociados separadamente do banco
Já os papéis da Oi (OIBR3/OIBR4), queridinha dos investidores brasileiros, fecharam com respectivas altas de 12% e 7,83%. Nesta manhã, a companhia informou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, aprovou sem restrições a venda de participação majoritária da InfraCo para a Globenet e fundos do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame). A empresa, que passou a se chamar Vtal, é o braço de fibra ótica da Oi.