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Ibovespa recua puxado por Vale e Ambev após resultados do 2º tri

Índice opera na contramão do cenário externo; índices americanos sobem mesmo após decepção com PIB e com pedidos de seguro desemprego

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 29 de julho de 2021 às 10h35.

Última atualização em 29 de julho de 2021 às 16h01.

O Ibovespa cai nesta quinta-feira, 29, sem conseguir acompanhar o cenário externo de alta. Por aqui, investidores repercutem a divulgação dos balanços do segundo trimestre. Às 16h, o principal índice da B3 caía 0,56% aos 125.580 pontos.

No mercado internacional, o índice europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,4%, enquanto o americano S&P 500 opera em alta de 0,54%. Como pano de fundo, está o tom expansionista das últimas falas do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, resultados corporativos e dados econômicos divulgados nesta manhã. 

Nos Estados Unidos, o PIB do segundo trimestre ficou em 6,5%, abaixo das expectativas de 8,5% de alta no período. Já os dados semanais de pedidos de seguro desemprego ficaram em 400.000, acima das previsões de 380.000. Após as divulgações macroeconômicas, os índices americanos chegaram a ceder terreno, mas logo retomaram o movimento positivo. 

Vale e Ambev em queda

Por aqui, o desempenho do Ibovespa é pressionado principalmente pelas ações de Vale (VALE3) e Ambev (ABEV3), que têm grande peso no índice. A Ambev tem participação de 3,3% na carteira do Ibovespa, enquanto a Vale representa sozinha 12,6% do índice. 

As ações da mineradora recuam 1,81%, com investidores ainda digerindo o balanço do segundo trimestre. Divulgado na última noite, o resultado revelou receita operacional de 16,68 bilhões de dólares, abaixo dos 17 bilhões de dólares esperados. Já o Ebitda ajustado ficou em 11,04 bilhões de dólares ante estimativas de 11,96 bilhões de dólares. 

Na última sessão, as ações da Vale subiram 2,7%, com investidores à espera dos resultados, o que acabou sendo frustrante.

Outro resultado que desagradou o mercado foi o da Ambev, que recua 0,98%, adicionando pressão negativa sobre o Ibovespa. Em balanço divulgado nesta manhã, a empresa apresentou crescimento das vendas líquidas em 35% na comparação anual para 15,71 bilhões de reais. O número ficou acima do consenso da Bloomberg, de 14,74 bilhões de reais em vendas. 

Em relatório, analistas do Itaú BBA elogiaram o volume de vendas, mas criticaram as margens de lucro. "Os custos e despesas aumentaram 19% para [a divisão] Cerveja Brasileira e as margens pressionaram. Esperamos que a pressão de custos continue nos próximos trimestres, mas em um ritmo de crescimento mais lento", afirmam.

Destaques de ações

O balanço do Pão de Açúcar (PCAR3) também decepcionou e as ações estão na lanterna do Ibovespa, recuando quase 6%. O GPA quase zerou o lucro no segundo trimestre, com o grupo varejista citando efeitos de restrições ao funcionamento de lojas devido a um repique da covid-19 e a forte base de comparação anual. O lucro líquido consolidado no período foi de 4 milhões de reais, queda de 95,9% ante um ano antes.

Por outro lado, o resultado da Multiplan (MULT3) agradou o mercado, com as ações da empresa subindo mais de 5,32% e figurando entre as maiores altas do Ibovespa. No segundo trimestre, a companhia teve lucro líquido de 93,8 milhões de reais, superando o consenso da Bloomberg de 83,8 milhões de reais. O lucro líquido ajustado foi ainda maior, de 105,9 milhões de reais. O número foi 38% superior ao do mesmo período de 2020. Já a receita líquida cresceu 7% na comparação anual para 275,6 milhões de reais. 

O balanço da Multiplan também impulsiona outras ações do setor de shoppings como as do Iguatemi (IGTA3) e BrMalls (BRML3), que sobem 2,69% e 1,66%, respectivamente.

Fora do Ibovespa o destaque positivo está com os papéis da Movida (MOVI3), que sobem 9,12%, liderando as altas do Índice Small Caps. Em balanço da última noite, a empresa apresentou lucro de 173,9 milhões de reais, acima do consenso da Refinitiv, de 148 milhões de reais. Com caixa de 3,6 bilhões de reais, o presidente da companhia, Renato Franklin, explicou os planos de crescimento em entrevista à Exame Invest. A empresa espera dobrar de tamanho até 2023. 

A Simpar (SIMH3), controladora da Movida e da JSL (JSLG3), sobe 5,63%. "A Movida surpreendeu positivamente em todas as frentes", comenta Bruno Lima, analista-chefe de ações do BTG Pactual Digital.

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