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Ânimo com privatizações esfria e bolsa recua mais de 1%

Após salto de 2% na véspera, Ibovespa sofreu pressão da Petrobras e cedeu à cautela no exterior

Ibovespa perdeu 1,18% nesta quinta-feira. (NurPhoto/Getty Images)

Ibovespa perdeu 1,18% nesta quinta-feira. (NurPhoto/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 17h43.

Última atualização em 22 de agosto de 2019 às 18h13.

Distante da forte alta da véspera, o Ibovespa fechou no vermelho nesta quinta-feira (22), com investidores preferindo a cautela adotada no exterior e menos eufóricos com os planos de privatização de estatais brasileiras. O índice fechou em baixa de 1,18%, a 100.011 pontos, empurrado pela queda da Petrobras.

Na véspera, o Ibovespa avançou 2% em um movimento liderado por papéis de estatais, diante de expectativas ligadas à agenda de privatizações do governo federal. Contudo, o foco foi rapidamente desviado para o ambiente internacional.

Os investidores ficaram à espera de possíveis pistas sobre novos cortes de juros amanhã, no discurso do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio em Jackson Hole. Apesar da pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, para uma redução nas taxas, Powell não deve adotar um tom muito distante do adotado em julho. Membros do Fed têm indicado indisposição para fazer mais um corte.

Para o presidente da gestora BlackRock no Brasil, Carlos Takahashi, o fato de potenciais mecanismos para estimular o crescimento mundial, tanto por vias fiscais, como monetárias, ainda estarem no campo das hipóteses tem corroborado a volatilidade nos mercados mais recentemente.

O índice S&P 500 fechou perto da estabilidade, com os pedidos de auxílio-desemprego compensando a contração na atividade manufatureira dos EUA.

Destaques do dia

MAGAZINE LUIZA recuou 5,77%, com a valorização no mês até a véspera alcançando 10,8%. B2W caiu 2,14% e VIA VAREJO perdeu 3,9%.

GOL e AZUL cederam 5,06% e 3,78%, respectivamente, entre as maiores quedas, em meio à alta do dólar em relação ao real.

PETROBRAS caiu 0,9%, após forte valorização na véspera. Nesta sessão, os negócios refletiram a fraqueza do petróleo no exterior. O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que "o governo estuda tudo" quando questionado sobre a possibilidade de privatizar a companhia.

BRF subiu 3,13%, conforme o setor continua se beneficiando do aumento da demanda em razão da peste suína africana. Analistas do Bradesco BBI consideram BRF sua ação preferida no segmento nesse cenário. MARFRIG ganhou 4,07% e JBS recuou 0,65%.

VALE cedeu 0,59%, apesar da alta dos preços do minério de ferro na China.

ITAÚ UNIBANCO recuou 1,58%, enquanto BRADESCO caiu 1,3%.

ULTRAPAR valorizou-se 2,51%, no segundo dia de recuperação, após fechar na terça-feira na mínima desde fevereiro de 2012.

ELETROBRAS PN ganhou 4,02% e ELETROBRAS ON evoluiu 4,07%, ampliando ganhos da véspera, diante de expectativas ligadas à privatização da elétrica.

 

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